PIRACICABA

Ultrassom analisa estado de saúde de árvores

Serão examinadas 50 árvores segundo a Secretaria de Defesa do Meio Ambiente

Ana Cristina Andrade
07/10/2013 às 11:21.
Atualizado em 25/04/2022 às 01:19
Marcel Fernando Ambrozano, da Engemaia, realiza ultrassom no jatobá da praça da Biblioteca Municipal (Del Rodrigues/AAN)

Marcel Fernando Ambrozano, da Engemaia, realiza ultrassom no jatobá da praça da Biblioteca Municipal (Del Rodrigues/AAN)

Muitas árvores podem ter sido arrancadas em Piracicaba só pelo fato de serem observadas, a olho nu, e com a suspeita de que estariam comprometidas, colocando a segurança da população em risco. Agora, para que não se agrida ainda mais o meio ambiente, pois o corte de árvores tem um custo para o solo e para a saúde do homem, a Secretaria Municipal de Defesa do Meio Ambiente - Sedema - está iniciando um projeto de ultrassonografia das árvores notáveis da cidade (as maiores e de troncos largos). Por mês, de acordo com a secretaria, serão examinadas 50 árvores. O contrato anual prevê um total de 600 árvores analisadas. Ontem, o Grupo RAC acompanhou o ultrassom do jatobá da praça da biblioteca, à rua Tiradentes. O resultado preliminar apontou que ela pode ter uma pequena lesão ou é um liquido que ela mesma possui. O trabalho é delicado e exige muita sensibilidade. Dependendo do local, se tem muita movimentação de veículos, por exemplo, os técnicos começam a trabalhar na madrugada. É que a trepidação da via pode afetar no exame. O técnico da Engemaia, empresa que já faz este mesmo tipo de análise em árvores de Recife (PE), Marcel Fernando Ambrozano, colocou primeiramente uma fita métrica rodeando a árvore para medir o diâmetro. Depois, com muito cuidado, fixou uns pregos para poder pendurar ali os censores. Plugou a fiação em todos eles, ligou a um equipamento ao notebook. Foram cerca de 15 minutos até que a árvore fosse examinada. O resultado o deixou animado. “Este jatobá me surpreendeu, porque achei que pudesse estar comprometido, principalmente porque deve estar aí há mais de 50 anos. Olhando pelo ultrassom ele está ótimo, mas a Sedema é que vai avaliar se precisa de algum reparo”, declarou. Saindo deste local, Ambrozano iria analisar um chapéu-de-sol da rua Voluntários de Piracicaba e mais cinco melaleucas - de folhas finas e porte entre seis a oito metros - da avenida Armando de Salles Oliveira (próximo dos Correios). Ele disse que o tempo precisa estar firme, porque a chuva compromete o aparelho de ultrassonografia. Auxílio O engenheiro agrônomo Carlos Ambrosano - o Téia - diretor do Departamento de Controle Ambiental da Sedema, disse que a ultrassonografia das árvores é mais uma ferramenta para fazer avaliação das espécies, porque isso vinha ocupando muito o tempo do núcleo de arborização da Secretaria. “Estamos introduzindo uma tecnologia na avaliação do estado fitossanitário das árvores - procedimento para controle de pragas. Quando colocamos o equipamento estamos vendo além do que se pode imaginar e é o que vai nos auxiliar na tomada de decisões: cortar ou não cortar”, detalhou. “É muito importante. Se uma árvore cai, por exemplo, tem um custo porque ela pode causar danos em veículos, levar a fiação junto, sem contar que pode ferir ou matar alguém. Se conseguirmos prever e retirá-la teremos outro custo, mas já embutido no nosso trabalho”, explicou. “Por outro lado, continuou, se for diagnosticado que não precisa retirar a árvore, eu deixando de fazer isso, é um ganho para o meio ambiente. Então, é de extrema importância este tipo de trabalho”. O custo do ultrassom, segundo apurou a Gazeta, está em torno de R$ 200 por árvore. 20 árvores foram examinadas Até o momento, 20 árvores já passaram por exames, segundo o técnico da Engemaia. A primeira foi a sapucaia, mas o laudo ainda não ficou pronto. Na avenida Presidente Kennedy, região da Vila Rezende, foram analisadas 10 tipuanas, que apresentaram lesões mais severas, segundo Marcel Ambrozano. Duas árvores pau-ferro, que ficam na Estação da Paulista, também apresentaram lesões graves. O restante são árvores grevilhas, que ficam na avenida Antonia Pazzinato Sturion, no Morumbi. “Estas estão bem. Apenas uma tem lesão grave e aparenta ter apodrecido totalmente. A prefeitura, quando receber os laudos, vai definir se fará apenas a diminuição da copa das árvores comprometidas ou o corte. Veja também Sorocaba tem 18 árvores que estão imunes e protegidas por leis As árvores estão em ruas, praças, parques e áreas particulares em diferentes regiões da cidade Canalização de córrego derrubará árvores nativas Intervenção deverá afetar 600 metros quadrados de mata; projeto prevê replantio Árvores de Louveira são alvo de vandalismo Ocorrência será investigada; responsáveis podem pagar multas de até R$ 11 mil.

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