PIRACICABA

Ultrassom analisa estado de saúde das árvores

Serão examinadas 50 árvores segundo a Secretaria de Defesa do Meio Ambiente de Piracicaba

Ana Cristina Andrade
07/10/2013 às 10:39.
Atualizado em 25/04/2022 às 00:54
Marcel Fernando Ambrozano, da Engemaia, realiza ultrassom no jatobá da praça da Biblioteca Municipal (Del Rodrigues/AAN)

Marcel Fernando Ambrozano, da Engemaia, realiza ultrassom no jatobá da praça da Biblioteca Municipal (Del Rodrigues/AAN)

Muitas árvores podem ter sido arrancadas em Piracicaba só pelo fato de serem observadas, a olho nu, e com a suspeita de que estariam comprometidas, colocando a segurança da população em risco. Agora, para que não se agrida ainda mais o meio ambiente, pois o corte de árvores tem um custo para o solo e para a saúde do homem, a Secretaria Municipal de Defesa do Meio Ambiente - Sedema - está iniciando um projeto de ultrassonografia das árvores notáveis da cidade (as maiores e de troncos largos). Por mês, de acordo com a secretaria, serão examinadas 50 árvores. O contrato anual prevê um total de 600 árvores analisadas. Ontem, a Gazeta acompanhou o ultrassom do jatobá da praça da biblioteca, à rua Tiradentes. O resultado preliminar apontou que ela pode ter uma pequena lesão ou é um liquido que ela mesma possui.O trabalho é delicado e exige muita sensibilidade. Dependendo do local, se tem muita movimentação de veículos, por exemplo, os técnicos começam a trabalhar na madrugada. É que a trepidação da via pode afetar no exame.O técnico da Engemaia, empresa que já faz este mesmo tipo de análise em árvores de Recife (PE), Marcel Fernando Ambrozano, colocou primeiramente uma fita métrica rodeando a árvore para medir o diâmetro. Depois, com muito cuidado, fixou uns pregos para poder pendurar ali os censores. Plugou a fiação em todos eles, ligou a um equipamento ao notebook. Foram cerca de 15 minutos até que a árvore fosse examinada. O resultado o deixou animado. “Este jatobá me surpreendeu, porque achei que pudesse estar comprometido, principalmente porque deve estar aí há mais de 50 anos. Olhando pelo ultrassom ele está ótimo, mas a Sedema é que vai avaliar se precisa de algum reparo”, declarou.Saindo deste local, Ambrozano iria analisar um chapéu-de-sol da rua Voluntários de Piracicaba e mais cinco melaleucas - de folhas finas e porte entre seis a oito metros - da avenida Armando de Salles Oliveira (próximo dos Correios). Ele disse que o tempo precisa estar firme, porque a chuva compromete o aparelho de ultrassonografia.AuxílioO engenheiro agrônomo Carlos Ambrosano - o Téia - diretor do Departamento de Controle Ambiental da Sedema, disse que a ultrassonografia das árvores é mais uma ferramenta para fazer avaliação das espécies, porque isso vinha ocupando muito o tempo do núcleo de arborização da Secretaria.“Estamos introduzindo uma tecnologia na avaliação do estado fitossanitário das árvores - procedimento para controle de pragas. Quando colocamos o equipamento estamos vendo além do que se pode imaginar e é o que vai nos auxiliar na tomada de decisões: cortar ou não cortar”, detalhou.“É muito importante. Se uma árvore cai, por exemplo, tem um custo porque ela pode causar danos em veículos, levar a fiação junto, sem contar que pode ferir ou matar alguém. Se conseguirmos prever e retirá-la teremos outro custo, mas já embutido no nosso trabalho”, explicou.“Por outro lado, continuou, se for diagnosticado que não precisa retirar a árvore, eu deixando de fazer isso, é um ganho para o meio ambiente. Então, é de extrema importância este tipo de trabalho”. O custo do ultrassom, segundo apurou a Gazeta, está em torno de R$ 200 por árvore.20 árvores foram examinadas  Até o momento, 20 árvores já passaram por exames, segundo o técnico da Engemaia. A primeira foi a sapucaia, mas o laudo ainda não ficou pronto. Na avenida Presidente Kennedy, região da Vila Rezende, foram analisadas 10 tipuanas, que apresentaram lesões mais severas, segundo Marcel Ambrozano.Duas árvores pau-ferro, que ficam na Estação da Paulista, também apresentaram lesões graves. O restante são árvores grevilhas, que ficam na avenida Antonia Pazzinato Sturion, no Morumbi. “Estas estão bem. Apenas uma tem lesão grave e aparenta ter apodrecido totalmente.A prefeitura, quando receber os laudos, vai definir se fará apenas a diminuição da copa das árvores comprometidas ou o corte. Veja também Amazônia pode perder 70% da área, aponta IPCC Simulação que considera cenário de aumento do período sem chuva observam essa redução dramática na vegetação Relação do aquecimento global com o homem é comprovada Concentração de CO2 na atmosfera é recorde, aponta IPCC Emissão de gases que causam aquecimento global na atmosfera é responsabilidade do homem Ferido, filhote de falcão é resgatado na Prefeitura Perdido desde domingo,resgate foi de veterinário; polícia ambiental não atendeu chamada

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