Coluna publicada na edição de 20/2/19 do Correio Popular
Jorginho fazia um trabalho de razoável para bom quando foi demitido pela Ponte Preta no final de agosto do ano passado. Seu maior fracasso foi na eliminação precoce na Copa do Brasil. No Paulistão, não chegou às quartas de final, apesar de ter realizado a sexta melhor campanha da fase de grupos. Na Série B, a Macaca estava próxima da zona de acesso. E Jorginho também vinha de duas vitórias seguidas em Dérbis. Tecnicamente, não havia motivos para mudança, mas a diretoria da Ponte Preta levou outros fatores em consideração para demitir o treinador, que terminou o ano à frente do Coritiba, comemorando o terceiro lugar na Série B e o retorno à elite. Para justificar a troca — cara — de um treinador com essa performance, a Ponte precisava de um nome que fosse muito bem recebido pela torcida. Gilson Kleina, técnico do acesso ao Brasileirão em 2011 e do vice-campeonato paulista de 2017, se encaixava perfeitamente nesse perfil. O retrospecto no Majestoso era inquestionável, mas a diretoria também deveria ter levado em consideração o trabalho anterior de Kleina. Entre março e agosto, ele comandou o Criciúma. Disputou 21 jogos, com seis vitórias, seis empates e nove derrotas. Demitido com aproveitamento de 38%, chegou à Ponte Preta e não conseguiu melhorar seu rendimento. Na terça-feira, caiu por ter conquistado apenas 37% dos pontos disputados em 26 partidas. A Ponte Preta tem que olhar para frente, mas essa troca de 2019 precisa servir de referência no futuro. A mudança não era necessária do ponto de vista técnico e foi incompreensível do ponto de vista financeiro. Agora a Macaca está de volta ao mercado, em busca não apenas de um novo treinador, mas também de um ou dois reforços. A diretoria precisa escolher um nome que considere capaz de levar a Ponte de volta ao Brasileirão. A Série B começa em maio e o ideal é que o time já entre na competição bem adaptado à proposta de jogo do novo treinador. Para isso, é importante que os reforços também sejam escolhidos a dedo. Mesmo sem nenhuma contratação, ainda são enormes as chances de classificação às quartas de final do Paulistão. Mas o foco deve ser a Série B. É fundamental que a Ponte Preta consiga, daqui a dois ou três meses, mostrar um futebol muito mais competitivo do que aquele apresentado nos primeiros sete jogos do ano. Para isso, é fundamental reforçar o elenco de verdade, com jogadores que agreguem qualidade ao time.