NADA FEITO

Troca de terrenos é recusada e Botafogo critica Prefeitura

Clube buscava há quatro anos permuta de terreno ao redor do estádio Santa Cruz para tentar equalizar crise financeira, mas só ouviu "não" da prefeita Dárcy Vera

Luís Augusto
13/09/2013 às 09:37.
Atualizado em 26/04/2022 às 02:15

Depois de quatro anos de negociações e reuniões com a Prefeitura Municipal, a diretoria do Botafogo jogou a toalha em relação à possibilidade da troca de terrenos que ficam ao redor do estádio Santa Cruz. A manobra era vista pelos botafoguenses como uma das principais alternativas para que o clube conseguisse equilibrar a grave crise financeira. “A gente só propôs um negócio bem convidativo para o interesse público, mas parece que alguém dentro da Prefeitura não consegue enxergar esses benefícios”, afirmou presidente do Botafogo, Gustavo Assed Ferreira.O terreno de cerca de 30 mil metros quadrados onde hoje estão instaladas as escolinhas de futebol do Tricolor pertence à administração municipal e foi cedido em comodato ao clube até 2035. Já o terreno de 33 mil metros quadrados que fica entre a avenida Costábile Romano e o estádio pertence ao Pantera, mas nesse local há uma série de restrições principalmente para construções de grandes empreendimentos imobiliários. A proposta de permuta de área feita pelo Botafogo à prefeita Dárcy Vera (PSD) envolvia a troca dos terrenos para que o clube ficasse com a posse do local onde hoje funcionam as escolinhas, enquanto que a segunda área seria entregue à administração municipal. Novamente, o presidente ouviu o “não” da prefeita e reclamou da maneira como a negociação foi tratada. “Estamos falando de um clube que é da cidade, não tem um gestor, não tem dono e que é de uma comunidade. O Botafogo já representou essa cidade diversas vezes e fez o comércio movimentar tanto dinheiro, mas parece que nada disso vale.” Assed Ferreira nega que a proposta foi recusada porque envolveria dinheiro público na transação. “O Botafogo é que daria dinheiro para a Prefeitura, ela não seria lesada. O Botafogo pagaria pela troca dos terrenos, ou seja, nós pagaríamos a diferença de valores venais entre um terreno e o outro e a Prefeitura já teria agora um terreno devolvido a ela”, disse o presidente, que ressalta que a mudança seria também benéfica para a administração municipal por outros motivos. “Com o terreno da Costábile Romano e a revisão do Plano Diretor, a Prefeitura poderia, por exemplo, até vender aquele espaço por um valor maior ainda do que o terreno de baixo.” O último encontro entre dirigentes do Botafogo e Dárcy Vera para discutir esse assunto aconteceu há cerca de três meses. Os cartolas tinham a esperança de que o acordo fosse firmado, porém a prefeita não autorizou a troca dos terrenos. Segundo informações apuradas pela reportagem da Gazeta com membros da diretoria do Tricolor e vereadores da base aliada do governo, Dárcy Vera não teria aceitado a troca de terrenos por temer uma eventual repercussão negativa do caso. “Se o Botafogo conseguisse emplacar a venda do terreno da escolinha para a construção de um empreendimento imobiliário você não faz ideia do quanto isso incrementaria no número de IPTUs para a cidade e na geração de empregos”, lembrou o presidente. Em comunicado oficial, a assessoria da administração municipal se manifestou sobre o caso apenas informando que “A Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto não tem interesse na proposta apresentada pela direção do Botafogo.” A proposta de permuta das áreas precisaria ser enviada pela prefeita em projeto de lei complementar para ser votada na Câmara Municipal. Copa do MundoA Prefeitura Municipal conta com o estádio Santa Cruz como um dos atrativos para atrair a Seleção da França para treinar em Ribeirão Preto durante a Copa do Mundo no ano que vem. A diretoria do Botafogo aguarda pela confirmação da vaga dos franceses no Mundial para se reunir com a administração para saber detalhes de como será feito o aluguel do estádio para a Seleção. O presidente garante que o problemas dos terrenos não afetará o planejamento da Prefeitura para a montagem da sub-sede na cidade. “O Botafogo jamais prejudicaria Ribeirão Preto. A vinda da França seria interessante para a cidade e o Botafogo, como representante da cidade, não vai fugir do seu papel”, garantiu o presidente.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por