MÚSICA

Três grandes nomes da MPB cantam em Campinas, Paulínia e Piracicaba

Arnaldo Antunes, Arrigo Barnabé e Almir Sater apresentam seus shows nesta quinta-feira

Marita Siqueira
17/04/2013 às 22:52.
Atualizado em 25/04/2022 às 19:52
O cantor e compositor paranaense Arrigo Barnabé (Cedoc/RAC)

O cantor e compositor paranaense Arrigo Barnabé (Cedoc/RAC)

Um é paulista, outro paranaense e ainda tem um mato-grossense. Seja com influência do rock, do romantismo erudito ou mesmo do instrumental de raiz, o que eles fazem é música brasileira. Em comum, a faixa etária semelhante, entre 50 e 65 anos, 30 deles dedicados à carreira artística, e o “A” na inicial dos nomes. Campinas e Paulínia recebem nesta quinta-feira (18) esses três grandes artistas, cada um ao seu estilo. Arnaldo Antunes fará show gratuito no Campinas Shopping. Arrigo Barnabé estará no Andarilho Bar, também em Campinas. Já Almir Sater e banda se apresentam em Paulínia.

Arnaldo Antunes abre o projeto do Campinas Shopping que promove, entre abril e maio, nomes conhecidos da música para shows gratuitos. O paulistano vai apresentar seu mais recente trabalho, o 'Acústico MTV', que celebra os 30 anos de carreira e, portanto, une canções já gravadas com os Titãs (grupo do qual fez parte), com os Tribalistas (que formou com Marisa Monte e Carlinhos Brown) e sucessos da carreira solo iniciada em 1993, como 'A Nossa Casa', 'Debaixo d’Água', 'Sem Você' e 'Música para Ouvir'. E ainda algumas recriações de músicas suas gravadas por outros intérpretes, como 'Alma' e 'De Mais Ninguém', além das inéditas 'Dentro de um Sonho' e 'Ligado a Você'. “Meu desejo era representar os vários períodos com equilíbrio entre as músicas mais conhecidas e as menos cantadas, assim como as duas inéditas”, afirma.

O repertório do show conta com 22 canções escolhidas minuciosamente para que pudessem representar as três décadas de estrada. “Procurei não só quantidade, mas representatividade das fases pelas quais eu vivi, tanto com o Titãs, como a carreira solo e também o trabalho com os Tribalistas. Ao mesmo tempo, tinha que encaixar na proposta do formato acústico, o qual eu, particularmente, gosto muito”, afirmou. Nesse sentido, foi preciso adaptar algumas canções à sonoridade leve, como em 'Fora de Si'.

'Envelhecer', que encerra o disco, é uma síntese do amadurecimento do artista, hoje com 52 anos. Composta em parceria com Ortinho e Marcelo Jeneci, a canção é inspirada na musicalidade da Jovem Guarda (década de 60), e a letra fala sobre como encarar a chegada da idade. Diz uma das estrofes: “Ser eternamente adolescente nada é mais démodé / com uns ralos fios de cabelo sobre a testa que não para de crescer /Não sei por que essa gente vira a cara pro presente e esquece de aprender /Que felizmente ou infelizmente sempre o tempo vai correr.”

Lupicínio Rodrigues

Já Arrigo Barnabé, de 61 anos, abre a temporada 2013 do Projeto Andarilho Cultural com o show 'Caixa de Ódio - O Universo de Lupicínio Rodrigues', com o qual homenageia o compositor gaúcho considerado pai da “dor de cotovelo”. Ao lado de Paulo Braga ao piano e Sergio Espíndola no violão e baixo, Arrigo canta diversas composições de Lupicínio, norteado pela raiva e pela angústia inerentes às canções dele. O humor também permeia todo o trabalho de Arrigo, assim como a mistura de música popular brasileira e rock com elementos eruditos, que se tornou a marca do artista.

Vestido à moda Lupicínio, com camisa vermelha, o paranaense transforma, com sua voz rouca, as desventuras amorosas do compositor boêmio em canções contemporâneas. “Não acredito em nada que não tenha angústia, isso talvez é o que mais me atraia nas canções de Lupicínio, e também a raiva, gosto muito de trabalhar com a raiva, a revolta. Nele tudo é verdadeiro, e raiva e angústia são meio difíceis de fingir. Por essa observação penetrante do ser humano nas situações limites da dor amorosa, por esse humor que permeia as canções, um humor voltado para a ironia e o sarcasmo, por tudo isso estava atravessada a vontade de cantar Lupicínio”, diz Arrigo.

Raiz

Na contramão da onda do sertanejo universitário, Almir Sater, de 56 anos, representa a tradicional música raiz instrumental. O violeiro, compositor e cantor tornou-se um dos responsáveis pelo resgate da viola caipira, incorporando ao instrumento um toque mais sofisticado, estilos como blues e rock, embalados pela pegada do folk. Um pouco avesso a turnês — prefere ficar recluso em sua fazenda no Pantanal —, ele mantém seu estilo original com influências das culturas regionais fronteiriças com o seu estado natal, Mato Grosso.

Entre seus sucessos estão 'Chalana', 'Tocando em Frente', 'Um Violeiro Toca', 'Comitiva Esperança', 'Mês de Maio' e 'Jeito do Mato', esta última com a cantora Paula Fernandes. Na televisão, Almir Sater participou das novelas 'Pantanal', 'Ana Raio e Zé Trovão', 'O Rei do Gado' e 'Bicho do Mato'. Seu CD mais recente é '7 Sinais', lançado em 2006.

Serviço

ALMIR SATER

Nesta quinta (18), às 20h

No Theatro Municipal de Paulínia (Av. José Lozano Araújo, 1.551, Parque Brasil 500). Telefone: (19) 3874-5692

Ingressos: de R$ 40,00 a R$ 100,00

ARNALDO ANTUNES

Nesta quinta, às 20h

No Campinas Shopping (Rua Jacy Teixeira de Camargo, 940 - Jardim do Lago). Telefone: (19) 3232-4652

De graça

ARRIGO BARNABÉ

Nesta quinta, às 21h30

No Bar Andarilho (Rua Sampainho, 197 - Cambuí) - Campinas. Telefone: (19) 3254-3721

Ingressos: R$ 50,00

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