JOGO RÁPIDO

Treino aberto: não havia outra opção

Coluna publicada na edição de 3/5/18 do Correio Popular

Carlo Carcani Filho
carlo@rac.com.br
02/05/2018 às 19:25.
Atualizado em 28/04/2022 às 07:31

A discussão sobre os treinos abertos que Guarani e Ponte Preta planejavam realizar amanhã terminou ontem com o único desfecho possível: por determinação da Polícia Militar, nenhum dos dois realizará treinos abertos ao público na véspera do Dérbi. É evidente que seria muito bacana se os times pudessem ter uma atividade com o apoio de torcedores, mas isso serve apenas no mundo ideal. No mundo em que vivemos, teremos — depois de 190 clássicos — o primeiro Dérbi da história com torcida única. Essa é nossa triste realidade. Como é melhor? Com o estádio lotado e as duas torcidas dando um espetáculo à parte na arquibancada ou com uma torcida só? É óbvio que com duas é melhor. A questão que não se pode ignorar é que a Ponte já está cumprindo uma punição pesada de seis partidas sem público na Série B. É um enorme prejuízo financeiro e técnico. Só para comparar, em 2014 a Ponte conquistou o acesso com apenas duas derrotas em casa. Em 2018, já tem as mesmas duas derrotas com apenas dois jogos no Majestoso. Não faz sentido correr o risco de sofrer novas punições com treinos abertos realizados no mesmo horário, em locais tão próximos. O mesmo vale para o Guarani, que disputou duas partidas com portões fechados na Série B do ano passado. Isso poderia agravar sua pena em caso de um incidente amanhã. Para a Ponte, nem mesmo tecnicamente seria interessante fazer um treino-aberto amanhã. O time jogou ontem à noite contra o Flamengo e hoje é dia de recuperação dos atletas. Amanhã será o único dia de trabalho técnico antes de uma partida importante. Atividades com torcida são menos produtivas. Elas servem para motivar os jogadores e colocá-los no clima do clássico, mas Doriva teve muito menos tempo do que Umberto para preparar o seu time. A última atividade será muito mais importante para ele do que para seu adversário. A determinação da PM é sensata. Não se discute que a polícia exagera em alguns aspectos e proíbe coisas inofensivas que deixariam um espetáculo de futebol mais bonito e divertido. Mas brigas e tumultos frequentes acabam com qualquer argumento de quem defende mais festa. Hoje, os atos violentos de poucos impedem que a maioria desfrute de momentos inesquecíveis que só o futebol pode proporcionar. Tomara que, no futuro, não faça o menor sentido ter que pedir autorização da PM para realizar um treino aberto. Tomara que, no futuro, não faça o menor sentido ver um clássico com torcida única. Mas, enquanto não evoluirmos, não podemos contestar a sensatez dos responsáveis pela segurança.

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