Desencanto
Eliana França Leme
Psicóloga, São Paulo
A que ponto chegamos! O País está impregnado pela falta de ética. Com uma lógica perversa os valores mais básicos de uma sociedade vão sendo distorcidos. Os políticos estão de costas para os verdadeiros interesses da nação visando apenas seus objetivos pessoais. Para isso contam com a alienação da grande maioria da população. E pior, a oposição se desfigurou, acovardando-se a tal ponto que hoje necessita ser exercida por todos aqueles que tentam desesperadamente, mas de forma desorganizada pela falta de lideranças, salvar o pouco que ainda resta para reverter essa situação. Usam os meios de que dispõem, como escrever cartas a jornais ou participar de grupos através das redes sociais ou mensagens pela internet para poderem assim expressar sua indignação, desencanto e extrema ansiedade frente a tudo que a mídia denuncia todos os dias. (...)
Tragédia no Sul 1
Oswaldo J. Ottaviano
Advogado, Campinas
Todo o mundo está opinando sobre a tragédia no Sul, mas são inúmeros os culpados. O maior é o dono da boate que não cumpriu as normas legais de segurança e tudo o mais. Depois vêm as autoridades que não fiscalizaram, mas o primeiro é ele. Ninguém precisa de fiscal para cumprir a lei. O agente do governo só vem depois do contribuinte. É incrível — mas em Cuba não há analfabetos — pois todos mandam os filhos à escola. Há uma consciência nacional disso. Aqui, em todo lugar, todos devem obedecer às leis, mas não temos educação suficiente para isso. Então nosso problema é educação — disciplina.
Tragédia no Sul 2
Eliana Coutinho
Dentista, Campinas
Tragédia de Santa Maria... difícil esquecer, mas enquanto todos culpam os donos e os músicos da boate, se esquecem que aqueles que concederam o alvará anterior e que deveriam fazer fiscalizações periódicas também são, e muito, responsáveis. (…) Enquanto cada pai tem o peso da morte de seu filho e chora por ele, os músicos e os donos da boate tem o peso, sozinhos, das 237 mortes. Como estarão suas famílias e seus filhos nessa história? Como vão continuar dando o sustento necessário e o apoio moral às suas esposas e filhos? Será mesmo que eles deveriam ser presos? Que prendam então os bombeiros e os fiscais da prefeitura... Vai ajudar? Ou é só para as autoridades fingirem que estão agindo? Justiça sim, mas exagero e crucificação, não. (…)
Violência
Macromar Mielli Andrietta
Educadora infantil, Campinas
Fiquei indignada com a onda de assaltos constantes no bairro Cambuí. Ainda no século 17, a própria história de Campinas, deu início ao bairro Cambuí, nome recebido com inspiração em uma árvore. Antes da construção do Viaduto Laurão, havia muitos arbustos chamados cambuís, o que se tornava uma referência para a população, que começou a chamar o lugar de “cambuizal”. Nos dias atuais, onde se localiza a Praça XV de Novembro (o antigo Largo de Santa Cruz), foi um dos três descampados, a partir dos quais o núcleo urbano de Campinas se formou. No século 19, essa região servia de moradia para a população marginalizada de Campinas e era muito desvalorizada (...). Tal situação se modificou radicalmente, pois o bairro Cambuí, possui uma das mais altas rendas per capita de Campinas, onde hoje estão situados muitos dos imóveis mais caros da cidade e ao Sul do bairro Cambuí, encontramos o Bosque dos Jequitibás e a Oeste, o centro do nosso município.
Calote
Maria Nazareth Borges
Aposentada, Campinas
Quando o governo federal anunciou a grande facilidade de crédito (30% do salário) é lógico que isso iria oprimir ainda mais, o povo não sentiu que estava assinando uma diminuição de seu salário em 30% por muitos anos, gastou o que não podia, para se aliviar da opressão e agora começa a colher os tristes resultados: ficou “caloteiro”, desequilibrou-se, sua vida agora está muito pior. Primeiro o governo cantou as glórias de que a economia ia muito bem e com a facilidade dos empréstimos consignados o povo sentiu que era verdade. Agora começam a chegar as consequências e o pior é que, segundo os “doutos”, o culpado de ser “caloteiro” é o povo que foi enganado mais uma vez...
Benefício
Rubens Góis
Sindicalista, Campinas
Infelizmente, os governantes usam o dinheiro suado do povo em benefício próprio e político. Exemplo é o seguro-desemprego, cinco meses para ficar em casa. Ele não pensa que está pagando o seu próprio salário com seus impostos e que poderia trazer outros benefícios para sua família e para o Brasil. Vai chegar um ponto em que os empresários vão fechar as portas por falta de funcionários, que estarão gastando do seu seguro-desemprego, coisa que tem que suspender urgente para o bem do Brasil.
Ressonância
Maria Josemí da Silva
Empresária, Campinas
Devido a problemas de saúde desde 1999 venho me submetendo a tomografia de ressonância magnética, e graças à feita em 2006 foi descoberto que meus problemas se deviam a um aneurisma cerebral. Após 12 dias do exame sofri derrame (…), portanto, acho inadequado a “caça às bruxas”. É claro que se tecnicamente existe um erro, o mesmo deverá ser sanado. No final de 2012 me submeti a uma tomografia e embora não tenha lembranças, de uma coisa tenho certeza: a equipe médica agiu dentro do profissionalismo para que eu saísse andando do hospital. A diferença entre a vida e a morte nem sempre está nas mãos dos médicos. Se for a hora de partirmos, quem fica sempre procurará um motivo para não aceitar (...).Tenho certeza de que de uma forma ou de outra a Ciência descobrirá o que aconteceu em relação às recentes mortes. Não devemos esquecer que existe um ser superior que nos deu a vida e a tomará de volta, mesmo que estejamos dormindo serenamente e sem problema nenhum de saúde.
Roldan
Ana Maria Sorrosal
Aposentada, Campinas
Parabéns Roldan pela sua coragem. Mas não é somente a nova classe média que tem esses comportamentos. A “velha” classe média também apresenta muitos desses comportamentos mal-educados. Por exemplo: não respeitar a faixa de pedestres, não respeitar farol, parar em calçadas, pichar, destruir canteiros. É que agora é uma invasão devido à quantidade. Também não são somente a família e a escola os responsáveis, mas culpa do Poder Público que não fiscaliza e não pune. Somos um País, e Campinas está dentro, onde tudo vale devido à impunidade. Ao sair de casa e andar duas quadras até o supermercado, no Cambuí, é tanta falta de respeito pelos outros que me sinto agredida. É pouco, me sinto violentada.
Renan Calheiros
Bi Rodrigues
Diretor de TV, Campinas
A eleição no Senado e na Câmara Federal parece substituição no time do meu querido Guarani: sai um ruim, entra um péssimo. A diferença é que os jogadores são honestos. E o presidente do Senado foi eleito pelos mesmos que o queriam cassar há pouco tempo. Que tempos!