Issamu Macsura, Ogue Carvalho, Fernão Pompeo de Camargo, Rodolfo Ferreira, João Faber, Hugo Zamarion Sobrinho, Suzeli Caruso, Alda Lúcia Louzada, João Luiz Cardoso, Emir Macedo Filho, João Luiz Cabral de Monlevade, João Carlos Normanha Salles, Fausto Penteado, Mauro Simon, Ana Maria Malfati, Alice Fumi Furumoto, José Arthur de Andrade, José Maria Rezende, Arthur Canguçu de Almeida, Júlio Mariano, Washington Luiz Pereira de Souza, José Carlos Bueno Finazi, José Geraldo Barreto Fonseca, Alcir Golveia, Emílio Zanelatto, Antônio Rafful Kanawaty, Ernesto André Rodrigues, Esdras Soares Veiga, Aderbal, Eros Roseli, José Álvaro Moisés, Ornelas, Cecília Carvalho, Cibele Aparecida Menegatto, Maria Regina Brenelli, Alexandre Nucci, Renato Bento Maudonet, Leonardo Goldstein, Leonel Ferreira Gomes Filho, Décio Deladoni, José Teófilo Albejante, Ramiro, José Carlos Prestes, Ivanilda Rocha, Midori, Sérgio Deluca, Sérgio Augusto, Lauro Pereira, Samuel Yamakuwa, Rafael Monteiro, Lúcia Helena Burghi, Gilberto Dupas, Clóvis Florence Villela, Nelson Noronha Arruda Gustavo Filho, Paulo Henrique Sena Rebouças, Claudinei Pasquetto, Ademar Lombello, Carlos Queiroz, Jônio Ribeiro, Iberê Venturini, José Armando Neves Cravo, Lauro Alves, José Carlos Oliveira, Carlos Alberto Pieroni Ferreira, José Roberto Tessariolli, todos do Culto à Ciência naqueles distantes anos de 54 a 57. Eram meus colegas na primeira, segunda e terceira série ginasial (eu perdi um ano), cujos nomes consigo me lembrar, ou ir pinçando de velhas anotações. Por que decliná-los um a um? Bem, leitor, considere isso como uma simples homenagem aos 142 anos do colégio, completados, agora, em janeiro. Surpreendo-me: alguns deles ainda “vejo” na memória, aos onze ou doze anos, solenes nos seus paletós e gravatas, uma exigência da casa, inquestionável, intransigível (depois, aboliu-se a gravata, mas... colarinho fechado!). Você não está aqui? Desculpe-me. Mas, considere-se conosco. Uma vez que já responderam “presente” — muitos, de “muito longe”, infelizmente —, acomodem-se em suas carteiras com aquele lugar para por os livros na parte debaixo, o tinteirinho e... silêncio! O seo Carpino não gosta de bagunça quando ele é o Inspetor de Alunos destas classes aqui do fundo do corredor. E, enquanto não aparece o primeiro mestre do dia — acho que é a Dona Mercedes, de Português, e a gente vai ter que se levantar à sua entrada, respeitosa, superior —, deixemos o filme da vida rodar. Na tela, algumas passagens curiosas, engraçadas, memoráveis do velho Culto. Não são propriamente grandes histórias. Essas, o Moacir Castro já contou todas, com muita propriedade. São momentos, simplesmente momentos inesquecíveis, que talvez nos deixem até um pouco emocionados. Numa aula de Português, o professor João Cury quer saber de Aderbal quais os três momentos da literatura mais importantes do século 19. O menino responde, prontamente: o primeiro, o segundo e o terceiro. Dona Eclair diz para Décio que seu sobrenome, Deladoni, significa “das mulheres”. Décio fica vermelho, e não consegue esconder a sua timidez diante do comentário, inocente, da professora. Abaixa a cabeça, sorri. Nossas cadernetas — de capas vermelhas — não disfarçam rasuras na página de dados pessoais, justamente no lugar onde está escrito o ano de nascimento: é o jeito de entrar no Carlos Gomes nos filmes proibidos para menores. Depois, é aguentar os pitos do seo Cardamone, na Secretaria. Uma notícia corre a classe como um raio. Perto do Ginasião (Ginásio de Esporte Prof. Alberto Krum) estão filmando cenas de uma nova fita nacional, “Fernão Dias”. Ninguém se interessa mais pela aula: todo mundo quer correr para lá, para ver o pessoal da filmagem em ação. Moisés tem momentos de desespero quando, com a caneta coçando a cabeça, acaba deixando uma tampinha de sua parte superior entrar no ouvido direito. Dona Auzenda tenta acalmá-lo, mas a situação só se resolve na enfermaria. Volta tranquilo, a aula segue sem mais novidades. João Carlos me chama perto da escada que descia para as classes. Quer me mostrar alguma coisa sensacional, que vai tirando da bolsa. Para meu espanto é uma metralhadora. “É do meu tio, que é militar”, explica. No campo de futebol, uma cena incomum: o professor Stucchi orienta centenas de alunos para a “Demonstração de Ginástica”, que acontecerá no estádio da Ponte Preta. Todos atentos, o colégio vai brilhar como nunca. Ah, o Culto à Ciência. Era aonde chegávamos, todas as tardes, a bordo do Bonde 9, que parava em frente ao portão central, rangendo nos trilhos. De paletó e gravata, a maioria ainda de calças curtas. Outros tempos, não?