JOGO RÁPIDO

Tite acerta ao não mudar por mudar

Coluna publicada na edição de 22/6/18 do Correio Popular

Carlo Carcani Filho
carlo@rac.com.br
21/06/2018 às 20:25.
Atualizado em 28/04/2022 às 13:34

Sem contar a troca de Danilo por Fagner, por motivo de contusão, Tite escala contra a Costa Rica a mesma equipe que empatou com a Suíça na estreia da Copa do Mundo. A decisão do treinador é correta. Seu trabalho à frente da Seleção Brasileira não começou há 15 dias, no CT do Tottenham. Já são dois anos de avaliações e ele pensou muito para chegar à conclusão de que a melhor formação disponível para o Mundial foi utilizada no domingo passado. O time jogou bem menos do que se esperava, mas fez uma partida equilibrada, com marcação muito eficiente. Faltou agressividade e isso precisa mudar não apenas contra a Costa Rica, mas durante o restante da Copa. Essa mudança deve ser de postura, com um ou outro ajuste de posicionamento. Trocar peças por trocar não é garantia de evolução, a não ser que entre os reservas exista alguém que esteja jogando em um nível muito superior ao de seu titular. Não existe ninguém assim. O jogador que tem mais condições de, durante a Copa, ganhar a posição é Firmino. Em boa fase no Liverpool e vice-campeão da Liga dos Campeões, ele pressiona Gabriel Jesus, que passou boa parte da temporada europeia se recuperando de uma lesão. Mas os números de Jesus com Tite são impressionantes e sua permanência na equipe, pelo menos até aqui, é coerente. A Suíça cometeu 19 faltas, dez delas em Neymar. É provável que a Costa Rica tente uma estratégia semelhante e o Brasil precisa estar preparado para isso. Não pode cair na mesma armadilha em dois jogos seguidos. A solução para combater uma marcação semelhante é posicionar Neymar mais próximo da área, onde os defensores terão que pensar duas vezes antes de derrubá-lo. Quem critica sua iniciativa para tentar o drible não percebe que é justamente essa arma que dá ao Brasil o status de favorito. Se nas redes sociais e em algumas análises Neymar é um cai-cai que só quer aparecer com seus cortes de cabelo, dentro de campo ele é uma preocupação constante para qualquer adversário. Quem observar mais o jogo do que o visual escolhido pelo camisa 10 da Seleção verá quantos jogadores ele atrai em sua marcação. Tite precisa repetir na Rússia o trabalho que executou com maestria nas Eliminatórias. Além de contar com o talento extraordinário de Neymar, o Brasil precisa explorar os espaços que ele cria mesmo sem a bola nos pés. O ataque do Brasil tem muita qualidade e pode render muito mais do que mostrou na estreia.

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