XEQUE-MATE

Tiro, porrada e bomba

Pelo menos seis candidatos foram mortos na campanha de algumas cidades do País

Bruno Bacchetti
29/09/2016 às 22:13.
Atualizado em 22/04/2022 às 22:11

Se em Campinas e em algumas cidades da região a campanha eleitoral o clima foi ameno e com discussão somente no campo das propostas, em outras cidades pelo País a violência tomou conta da disputa. Pelo menos seis candidatos foram mortos na campanha. O ministro Gilmar Mendes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, enviou recentemente ofício ao ministro da Justiça, Alexandre Moraes, para que a Polícia Federal acompanhe as investigações sobre os assassinatos de candidatos. Segurança reforçada O Rio de Janeiro é o Estado com o maior número de ocorrências deste tipo. Porém, o último caso de violência aconteceu em Goiás, na quarta-feira. Candidato à Prefeitura de Itumbiara, José Gomes da Rocha (PTB) foi morto durante um atentado em uma carreata. Ontem, o Tribunal Superior Eleitoral aprovou o envio de tropas federais para reforçar a segurança em municípios de 12 Estados. Aqui na região a polícia está mobilizada. Em Vinhedo a Justiça pediu rigor das forças de segurança. FRASE "A última coisa que podemos desejar é a presença do crime organizado no sistema político. Certamente a polícia e os órgãos de inteligência têm que dar atenção a isso." - Do ministro Gilmar Mendes, presidente do TSE, sobre os recentes casos de assassinatos de candidatos. Mais light Na região de Campinas, felizmente, não foram registrados casos de violência envolvendo candidatos a prefeito ou vereador. No máximo, discussões e troca de ofensas entre os concorrentes, além da divulgação de materiais de campanha para manchar a imagem do rival. Apreensão Uma das cidades onde o clima anda pesado é em Sumaré. A Justiça Eleitoral determinou ontem a apreensão de materiais de campanha apócrifos com acusações falsas à prefeita Cristina Carrara (PSDB). Segundo o material, a tucana seria ré em processo por fraude em licitação junto com dois secretários. A ação, de fato existe, mas Carrara não configura como ré no processo. Não rolou A passagem de Lula por Campinas para participar de comício em apoio a Marcio Pochmann (PT) não teve o sucesso esperado. Ao contrário de outros anos, quando o ex-presidente arrastava multidões, cerca de mil pessoas acompanharam o discurso do petista na praça Rui Barbosa. Nem mesmo os vereadores do PT em Campinas ficaram para ouvir o principal cacique do partido. Melhor prevenir... A alegação dos parlamentares petistas é que no mesmo horário em que Lula discursava, acontecia sessão na Câmara. Porém, a pauta da quarta-feira estava esvaziada e a sessão acabou em menos de uma hora. Há quem diga que, na verdade, o temor era a deflagração de uma nova fase da Operação Lava Jato bem na hora do discurso. Doações suspeitas Levantamento divulgado ontem pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) identificou quase R$ 300 milhões de doações nestas eleições consideradas suspeitas pelo País. Essas doações foram feitas, por exemplo, por beneficiários do Bolsa Família e desempregados. Foram identificados 23.844 doadores que não têm renda compatível com o valor doado. Nesse caso, as doações somam cerca de R$ 227 milhões. No caso do Bolsa Família, a Justiça já avaliou que pode estar havendo a famosa “caça ao CPF”, em que o documento é usado sem a pessoa saber. Contas rejeitadas O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo rejeitou as contas do diretório estadual do PSDB, referentes ao exercício de 2011. Por decisão unânime, a Corte determinou a suspensão do repasse de novas cotas do Fundo Partidário ao PSDB por um ano e quatro meses. Entre as principais irregularidades apontadas pelo TRE estão o recebimento de recursos de concessionária de serviços públicos (o que é vedado pela legislação eleitoral), a ausência de extratos bancários e problemas na escrituração contábil.

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