SAÚDE

Tipo 4 do vírus é responsável por 75% dos casos de dengue

Tipo do vírus só começou a circular neste ano na cidade e favorece aumento de casos por falta de imunidade

Luís Fernando Manzoli
02/04/2013 às 21:47.
Atualizado em 25/04/2022 às 22:10

Pelo menos 75% dos casos confirmados de dengue neste ano em Ribeirão Preto são causado pelo tipo 4 do vírus, que começou a circular somente este ano na cidade. A estimativa é do secretário de Saúde, Stênio Miranda.

O dado é preocupante porque a população de Ribeirão não tem imunidade ao tipo 4 do vírus, diferente do que acontece com os outros três tipos – quem contrai um deles não volta a ser contaminado pelo mesmo vírus.

Nos primeiros dois meses deste ano, foram confirmados 1.043 casos de dengue em Ribeirão, contra apenas 367 em todo o ano passado. Os índices referentes a março só serão divulgados no próximo dia 15, mas o secretário Stênio Miranda disse que o número já está próximo dos 3 mil.

Segundo ele, a predominância do tipo 4 do vírus da dengue tem provocado sinais interessantes nos pacientes, que apresentam sinais clínicos mais fracos, na comparação com outros vírus, e predominância de sintomas de pele. “É um comportamento que temos notado. Pela experiência que temos, o tipo 1 do vírus é o mais agressivo”, disse o secretário.

Para o infectologista e professor da Unifesp (Universidade Federal Paulista), Celso Francisco Granato, a identificação dos sinais pode ser só uma coincidência. “Ainda não há estudos muito claros que liguem os tipos de vírus aos sintomas. Ainda mais no que se refere ao tipo 4, que é recente no Brasil, estamos aprendendo muito com a dengue”, disse.

ATENDIMENTO

A aposentada Elza Martinelli Nardi, 65 anos, passou a tarde desta segunda-feira (1) recebendo atendimento na UBDS do Quintino Facci II, Zona Norte de Ribeirão Preto, e apresentava os sintomas da dengue. “Estou com muita dor no corpo, na cabeça, febre e diarreia. Faz um 15 dias que estou assim”, disse ela, que espera ansiosa pela confirmação da dengue. “Tenho muito medo porque nunca tive dengue, mas já tenho um problema delicado de pulmão e já faço até tratamento específico para isso.”

Segundo Celso Francisco Granato, o contágio por qualquer tipo do vírus da dengue pode evoluir para a forma mais grave da doença, a hemorrágica. “É algo que depende mais do histórico do paciente que de qualquer outra coisa.”

Mesmo com os sintomas da dengue, Elza tomou as medidas para evitar a proliferação do mosquito dentro de casa. “A gente está vendo que a dengue não para de crescer em Ribeirão e por isso deixo tudo limpo em casa. Não tenho vasos e a minha caixa d'água fica sempre tampada”, afirmou a aposentada, que disse que o neto de 13 anos já havia sido infectado com o vírus da dengue anteriormente.

DEMORA

Outro problema causado pelo aumento de casos de dengue no começo deste ano em Ribeirão é a demora no atendimento nas unidades de saúde. Segundo Rodrigo de Oliveira Viana, diretor clínico da Oscip Corpore, que administra a UBDS Central, o fluxo diário de atendimentos passou de 300 em dias normais para 500 neste ano.

Ele explica que a unidade, assim como o resto da rede de saúde de Ribeirão, trabalha com o sistema de acolhimento baseado da classificação de risco, o que faz com que os pacientes com sintoma de dengue tenham atendimento prioritário. “A demora acontece principalmente em pacientes que procuram a UBDS com problemas menos graves”, disse.

Segundo o secretário, Stênio Miranda, “nunca foi” objetivo da rede pública atender os pacientes de forma rápida. “O objetivo é atender a todos. No passado, as pessoas se queixavam das mortes por dengue. Neste ano, se queixam da d

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por