Grupo se une para ajudar na recuperação de comércio destruído por vândalos em Campinas
Frequentadores da Praça Carlos Gomes, em Campinas, e comerciantes do entorno, se uniram em uma corrente de solidariedade para ajudar a reconstruir a Banca do Tio Paulo, destruída e saqueada por um grupo de vândalos infiltrado no protesto da última quinta-feira (22).
O soldado do Exército Alfred Lambert, de 20 anos, criou uma página no Facebook para recrutar pessoas interessadas em doar dinheiro a Paulo Roberto Gomes, dono do ponto.
Ex-alunas da Escola Estadual Carlos Gomes, que fica em frente ao largo, também tentam negociar com fornecedores de materiais permutas para reconstruir o comércio.
Até agora, 640 pessoas haviam confirmado ajuda ao “Tio Paulo” na rede social. Lambert gravou um vídeo na tarde desta segunda-feira (24) orientando os doadores a depositarem as quantias na conta bancária de Gomes. “É mais fácil, porque assim não preciso lidar diretamente com o dinheiro. Outras pessoas vão entregar as doações diretamente a ele”, explicou.
O soldado disse que ficou tocado quando viu a banca destruída na última sexta-feira (23) e decidiu que deveria fazer alguma coisa para ajudar. O aposentado, de 62 anos, está no local há seis anos e estima que o prejuízo da depredação ultrapasse R$ 10 mil. Vizinhos avisaram Gomes por telefone que o comércio tinha sido atingido por vândalos, mas ele viu o tamanho do estrago apenas na manhã do dia 21, quando chegou para trabalhar.
Além de terem destruído a porta de ferro e as prateleiras, os criminosos roubaram produtos do estoque, um computador, uma televisão e a máquina de café, que era emprestada.
Gomes vende lanches, sucos, salgados, doces e refrigerantes e é figura querida por quem passa na praça todos os dias.
“Quando ainda estava no colegial, vinha sempre na banca. Ainda passo por aqui toda a semana. O Tio Paulo é como se fosse da família, bondoso, dá até conselhos amorosos”, disse a estudante de direito Nicoly Rose, de 21 anos.
Ela e a amiga Mayara Guedes, de 21 anos, afirmaram que entrarão em contato com comércios de vidro e madeira para refazer as prateleiras quebradas.