JOGO RÁPIDO

Terceiro uniforme e camisa retrô

Coluna publicada na edição de 4/6/17 do Correio Popular

Carlo Carcani Filho
04/06/2017 às 00:01.
Atualizado em 22/04/2022 às 19:11

A Ponte Preta estreia hoje contra o São Paulo um uniforme retrô, com a faixa invertida, como era no início dos anos 40. O clube também tem utilizado com frequência o seu terceiro uniforme para 2017, azul. Já ouvi muitas críticas a essa camisa, de pessoas que acham que a Ponte “não pode jogar de azul”. Quem pensa assim deve se posicionar contra o terceiro uniforme de todos os times. O rubro-negro Flamengo tem uma camisa amarela, os alvinegros Corinthians e Santos têm uma azul, o alvirrubro Inter tem um conjunto amarelo e por aí vai. Terceiros uniformes costumam ser assim mesmo. Evidentemente, foram criados para alavancar as vendas de produtos oficiais. Acho legal que os clubes ofereçam uma novidade para o torcedor — só compra a camisa quem quer e quem pode —, mas acho que o correto seria lançar a terceira camisa sempre em janeiro, antes do início da temporada. E a versão seguinte, claro, só deve chegar ao mercado um ano depois. A Ponte, por exemplo, lançou seu uniforme azul em março e agora, no começo de junho, já entra em campo com um novo modelo, que não é nem o número um, nem o dois e nem o três. Aí já é um exagero, embora a camisa seja muito bonita e a referência aos anos 40 seja bem interessante. Gosto de terceiros uniformes (e não acho que eles tenham que ser, necessariamente, de cores diferentes) e também de modelos retrô. Mas acho que lançar um em março e outro em junho não é justo com o torcedor que consome produtos oficiais. A Ponte não pode deixar de jogar com seu uniforme principal de vez em quando e assim a camisa azul e a retrô vão concorrer pelo mesmo espaço. Ambos uniformes são novos e um deles logo será menos utilizado. Embora não exista nenhum grande problema nisso, o torcedor que gasta de R$ 200 a R$ 300 em uma camisa alternativa deve gostar de ver o time em campo com ela. Entendo que as empresas que possuem contratos com vários times devem ter dificuldade para lançar novos modelos em uma data específica, mas cada clube deve ter a maior preocupação possível em ser justo com seu torcedor. Lançar um terceiro uniforme em janeiro, usá-lo com frequência durante toda a temporada e só então criar uma nova camisa me parece ser o melhor formato. Não acho correto que um conjunto novo venha a ser descartado poucos meses depois de seu lançamento. Quando isso ocorre com frequência, se corre o risco de banalizar o lançamento de produtos no futuro. O torcedor vai perceber que aquela camisa nova tão bonita logo será deixada de lado pelo próprio clube.

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