HÁBITOS

Tabagismo, um vício a ser combatido

Problemas causados pelo cigarro matam 10 mil por dia no mundo

Viver Melhor
18/10/2013 às 15:39.
Atualizado em 26/04/2022 às 05:25

Fabiana Marchezi* Considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a principal causa de morte evitável no mundo, o tabagismo é um vício que atinge mais de 1,2 bilhão de pessoas no planeta e causa 10 mil mortes por dia no mundo. O fumo está relacionado a mais de 50 doenças, sendo responsável por 30% das mortes por câncer de boca, 90% das mortes por câncer de pulmão, 25% das mortes por doença do coração e 85% das mortes por bronquite e enfisema. De acordo com a OMS, anualmente, 5 milhões de pessoas morrem no mundo por causa do cigarro. E, em 20 anos, esse número chegará a 10 milhões, caso o consumo de produtos como cigarros, charutos e cachimbos continue aumentando.  Um estudo realizado pela Aliança de Controle do Tabagismo (ACT) revela que o Brasil gasta em torno de R$ 21 bilhões no tratamento de pacientes com doenças relacionadas ao cigarro. O levantamento demonstra ainda que o tabagismo é responsável por 13% das mortes no País. São 130 mil óbitos anuais, ou seja, 350 por dia. Dados do Ministério da Saúde mostram que a fumaça do cigarro reúne cerce de 4,7 mil substâncias tóxicas diferentes, muitas delas cancerígenas.  Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o tabaco também tem relação com a impotência sexual e infertilidade masculina pois, segundo estudos, prejudica a mobilidade do espermatozóide. Os mesmos prejuízos também são atribuídos ao cachimbo e ao charuto. Apesar de não serem tragáveis, possuem uma concentração de nicotina maior, que é absorvida pela mucosa oral.  Mesmo conhecendo os riscos das doenças que podem levar à morte, os fumantes não se intimidam e continuam fazendo uso do tabaco, ignorando a propaganda que traz, no próprio produto, fotos de pessoas em estágios terminais e com diversos tipos de câncer.  O cardiologista Paulo César Sanches, do Hospital Santa Tereza, em Campinas, explica que o tabagismo é uma doença crônica, causada pela dependência do tabaco, e que os produtos derivados do tabaco, especialmente os cigarros, são feitos para criar e manter dependência química nos consumidores. Sanches disse que há uma série de doenças que podem ser desencadeadas pelo vício, como infarto, enfisema pulmonar, cânceres na boca, pulmão, na bexiga dentre outros. “Em geral, o cigarro é uma fonte inesgotável de doenças. Colocar um cigarro na boca equivale a colocar dois canos de escapamento de um carro bem velho”, completou.  O médico ainda acrescentou que o que causa dependência do cigarro é a nicotina. “A nicotina gera a dependência. Ela age no cérebro dando ao indivíduo sensação de prazer e relaxamento. É como se fosse um antidepressivo, mas que faz muito mal”, afirmou.  O viciado em cigarro precisa contar com muito esforço e apoio médico para deixar a dependência. Segundo o especialista, não é fácil o indivíduo deixar o cigarro da noite para o dia. “Devido à dependência, o fumante precisa buscar ajuda de remédios e psicológica para se livrar do tabaco. Hoje, temos vários remédios que controlam só sintomas da abstinência, que geralmente são dor de cabeça, mau humor e agressividade”, ressaltou o médico.  Desde 2011, o hábito de acender um cigarro no restaurante, na padaria, no bar e na boate deixou de existir, graças à lei federal que proíbe o fumo em ambientes fechados. Nos consultórios e hospitais, a percepção dos médicos é a de que essa proibição já está surtindo efeito, com a diminuição de pessoas que faziam uso do cigarro. Segundo Sanches, se comparado a outras épocas, hoje o número de fumantes no Brasil diminuiu significativamente, graças a campanhas antitabagismo.

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