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Imagens: exposição alerta sobre uso consciente da água ao mostrar as estratégias de consumo utilizadas por Amyr Klink durante suas viagens

Thaís Jorge
thais.jorge@rac.com.br
25/10/2015 às 08:00.
Atualizado em 23/04/2022 às 03:44

amyr klink ( Divulgação)

Foto: Divulgação Amyr Klink: "As novas gerações têm mais facilidade para incorporar hábitos de consumo sustentável" Planejamento, precisão e, por fim, atitudes simples. Se apenas esses três pilares servissem como diretrizes para o comportamento humano com relação aos recursos naturais, uma ponta de resultados já teimaria em aparecer, ainda que de maneira modesta. Foi, justamente, com o intuito de alertar para a importância dessas ações efetivas e de práticas sustentáveis, especialmente com relação à água, que a exposição Linha D’Água Circulação chegou a Campinas na quinta-feira, tendo como casa até 20 de novembro a Galeria de Arte da CPFL Cultura. O ponto chave da mostra são 30 fotografias do acervo do velejador Amyr Klink, que traz no currículo mais de 40 viagens oceânicas e um apanhado de estratégias de uso racional de água em cada expedição. De acordo com Klink, que esteve no Instituto CPFL na última quarta-feira para falar sobre o tema da exposição, a preocupação com esse assunto é algo permanente em sua vida, devido até mesmo à cultura na qual cresceu e às experiências familiares. “Eu sempre tive essa preocupação, até pela minha origem familiar. Meu pai é libanês e minha mãe, sueca. Eles passaram por períodos de guerra nos quais se morria de sede e fome. Precisavam lidar com a questão da eficiência muito cedo e de maneira muito drástica. Acredito que boa parte dos brasileiros, a vida toda, viveu com muita fartura quando o assunto era água, e o grau de desperdício acaba sendo um pouco assustador”, opina. Foto: Divulgação O velejador constrói seus próprios barcos: 2,7 litros de água por dia numa viagem longa, remando Ele conta que desde que começou a construir os barcos utilizados nas viagens o consumo eficiente foi um ponto crucial. “Na minha primeira experiência longa no mar, uma viagem a remo em condições bastante extremas de restrição para autonomia, consumi 2,7 litros de água por dia. E não sofri, não deixei de tomar banho. Hoje, em barcos grandes e para um grau de conforto equivalente ao de uma residência de luxo, conseguimos um consumo médio por pessoa inferior a oito litros por dia, sendo que um brasileiro comum costuma gastar cerca de cem litros ou mais por dia em casa”, compara.   A proposta da exposição, segundo ele, é mostrar que é possível alterar materiais utilizados atualmente em casa, além de mudar algumas práticas que resultam em desperdício. “Umas das soluções mais simples e eficientes é a mensuração de tudo que foi consumido. Há leitores de LCD que indicam o consumo em litros e o custo da água que você está utilizando. Mas isso pode ser substituído por um escalímetro, por exemplo. Já usamos até garrafas pet para fazer isso”, diz. “Acho que as novas gerações têm mais facilidade para incorporar esses hábitos de consumo sustentável. É um processo, na verdade. Claro que quando seca a torneira, a situação faz com que você se veja obrigado a refletir e mudar comportamentos, como ocorreu nessa crise hídrica e ainda vem acontecendo. Mas é preciso mais do que isso”. Foto: Divulgação Mostra conta com registro das mais de 40 viagens oceânicas de Klink Registro de aventuras As fotos das expedições do velejador estão dispostas em painéis que também trazem um tanto de história, com textos sobre as viagens. Tudo é montado em base sustentável e seguindo a lógica proposta pela exposição, que é estimular a reflexão sobre o consumo consciente. Em tempo, vale também dizer que a beleza das imagens e dos lugares visitados não é a única atração da mostra. O barco original I.A.T., utilizado na Travessia do Atlântico Sul a remo, também pode ser visto pelos visitantes – a viagem feita nele deu origem ao livro 100 Dias Entre Céu e Mar, que ficou por mais de 30 semanas consecutivas na lista dos livros de não-ficção mais vendidos no Brasil. O projeto conta, ainda, com um livro catálogo da mostra e uma cartilha infantil com ilustrações relacionadas ao consumo consciente de água, com distribuição gratuita. Foto: Divulgação O I.A.T., utilizado na Travessia do Atlântico Sul a remo (foto no alto), também pode ser conferido na exposição A exposição, que já passou por cidades como Jundiaí, Itajaí, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, foi executada pela D’Color Produções Culturais, de Campinas, e inaugurada em setembro de 2014, na cidade de São Paulo, coincidindo com as comemorações pelos 30 anos da Travessia do Atlântico Sul. A temporada em Campinas foi viabilizada pelo Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo (ProAc) e tem patrocínio da CPFL Energia.   Serviço Exposição Linha D’Água Circulação Onde: Galeria de Arte da CPFL Cultura – Rua Jorge Figueiredo Corrêa, 1.632, Chácara Primavera, Campinas Quando: até 20/11, de segunda a sábado, das 10h às 18h; até às 19h em dias de programação Informações: (19) 3756-8000 Entrada gratuita

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