Falta pouco para que os eleitores de Campinas decidam quem comandará o Palácio dos Jequitibás e quem serão os seus representantes na Câmara de Campinas
Falta pouco para que os eleitores de Campinas decidam quem comandará o Palácio dos Jequitibás e quem serão os seus representantes na Câmara de Campinas. Políticos tarimbados dividem a expectativa de serem eleitos com novatos na corrida eleitoral. Mas o próximo mandato não será nada fácil para aqueles que conseguirem a vitória nas urnas. Ao contrário. O brasileiro está atento. Não tolera mais manobras, votações feitas na surdina, corrupção e outras atitudes que até então eram corriqueiras no ambiente político. Caixa 2 Prova disso foi a votação do Caixa 2 na Câmara dos Deputados que previa a anistia para políticos que cometeram o crime antes da aprovação da lei. Pegou mal. O brasileiro ficou visivelmente irritado. Questionou os deputados que se envolveram diretamente com o tema. Na hora, a pressão dos partidos da minoria fez com que a proposta fosse retirada. Em outros tempos, ela teria sido aprovada sem grandes traumas. a frase "Diante dos indícios de irregularidades no uso de verbas federais, imperiosa a remessa de cópia dos achados de auditoria ao Tribunal de Contas da União." - Do conselheiro do TCE-SP, Edgard Camargo Rodrigues, sobre o encaminhamento ao TCU da auditoria para apurar as possíveis irregularidades no fornecimento de merenda escolar Quais foram? Num passado nem tão distante, várias votações foram feitas dessa maneira na Câmara de Campinas. Projetos polêmicos entraram na pauta de última hora. Parlamentares manobraram para votar, por exemplo, o aumento dos seus próprios salários. No texto lido no plenário na época, era impossível perceber que naquele momento eles aprovariam o reajuste. Mudanças O absurdo foi tamanho que, além de serem obrigados a revogar o aumento, ainda alteraram a lei para que, numa votação futura, a população consiga ao menos perceber no texto o que os vereadores votam na Câmara. Truques As “armadilhas” para enganar o eleitor já foram muito usadas na política brasileira, mas agora sairam de moda. Ou os políticos brasileiros amadurecem, ou serão engolidos pela fúria do eleitor. Merenda O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo realizou uma auditoria nos contratos da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar com o governo do Estado de São Paulo e 22 prefeituras paulistas para fornecimento alimentos para a merenda escolar. Em alguns casos, a Secretaria Estadual da Educação pagou valor até 144% superior ao preço de mercado. É o caso do litro do suco de laranja, que custou R$ 6,10 aos cofres do Estado. Segundo o TCE, o preço médio do produto é de R$ 2,50. Problema da União O TCE-SP encaminhou as informações e dados colhidos na auditoria ao Tribunal de Contas da União (TCU). Isso porque a apuração apontou que as compras junto à cooperativa receberam, em maioria, suporte financeiro do Governo Federal através do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Custo No ano passado, 22 prefeituras pagaram, ao todo, R$ 2,312 milhões à Coaf. Deste valor, 93,7% foram por meio de transferências e convênios com a União. A situação fica a cada dia mais complicada. Colaborou Bruno Bacchetti/AAN Polêmicas O governo do presidente Michel Temer ainda não superou a polêmica sobre as reformas trabalhista e previdenciária e abraçou outro problema que trouxe novos desgastes à sua recente gestão: a reforma na Educação. A mudança feita por uma medida provisória foi considerada pelo Ministério Público Federal como “pouco democrática”, ineficaz e uma solução fácil para problemas complexos. Temer e seus aliados precisam começar a discutir com transparência os passos que pretendem dar caso queiram, realmente, buscar o mínimo de estabilidade.