Guto Silveira (CEDOC)
A Prefeitura de Ribeirão Preto publicou, no Diário Oficial do Município, há uma semana, um decreto de suplementação de verbas já com a utilização do excesso de arrecadação do IPTU, em função do aumento nos valores. A suplementação ocorre quando é feita a transferência de verbas de um programa ou serviço para outro. Tudo estaria correto se a suplementação feita não representasse 413,77% do valor a que se destina. A suplementação feita foi de R$ 7,850 milhões para o pagamento de sentenças judiciais. O valor exigido no Orçamento deste ano, na rubrica apontada pelo decreto, no entanto, registra a necessidade de R$ 1,897 milhão. Questionada por e-mail, na segunda-feira, sobre a diferença, a Prefeitura não se manifestou até o final da tarde de ontem sobre os motivos de a suplementação ser quatro vezes maior que o necessário. As perguntas foram enviadas para a Coordenadoria de Comunicação Social (CCS) e ao secretário da Fazenda, Francisco Nalini, sem qualquer retorno. Não responder aos questionamentos da imprensa, na verdade, já virou rotina por parte da Administração Municipal. Quando as respostas chegam, por meio de notas, são simples evasivas, sem informações consistentes. Certamente tem faltado, ao governo, argumentos para explicações.
Outras mãos
As empresas do grupo Leão & Leão que cuidam da parte ambiental foram vendidas. A Leão Ambiental, que faz a coleta do lixo doméstico, e o Centro Geral de Resíduos (CGR), de Guatapará, não pertencem mais ao grupo. O anúncio oficial da transação ainda não foi feito, mas foi confirmado ontem por um secretário municipal e, em discurso da tribuna da Câmara ontem à noite, o vereador André Luiz da Silva (PCdoB) disse ter recebido como explicação para os problemas de coleta urbana a troca da empresa responsável.
Estre
Não é oficial, mas fontes do setor apontem que a compradora foi a empresa Estre, de São José do Rio Preto, que já detinha parte do CGR. As confirmações virão por anúncio ou pela publicação, no Diário Oficial do Município, da mudança da razão social da empresa responsável pelos contratos.
Paternidade
O vereador Rodrigo Simões (PP) questionou ontem que tenha sido o vereador Maurício Gasparini (PSDB) o responsável pela solução de um problema de vazamento de água em um condomínio da Avenida Caramuru. “Eu já tinha apresentado um requerimento na semana anterior e o superintendente do Daerp havia me telefonado informando que o vazamento seria consertado no dia seguinte, o que realmente ocorreu”, disse Simões. Está feito o registro.
Empurrões
A disputa de paternidade de assuntos tão comezinhos só acontece porque o governo municipal, incluindo aí o Daerp, não funciona. Só anda se empurrado. Se os serviços funcionassem, os munícipes não teriam que gastar tempo telefonando para emissoras de rádio, jornais e vereadores. Também não haveria milhares de requerimentos e indicações aprovados em todas as sessões da Câmara. Já passou da hora de o governo acordar para os problemas.
Puxão de orelha
A prefeita Dárcy Vera (PSD) fez ontem uma grande reunião com as empresas que cuidam da limpeza da cidade, para cobrar a prestação dos serviços sem atraso. As reclamações sobre displicência na coleta do lixo domiciliar têm sido constantes. “A empresa já foi notificada e agora foi advertida pela própria prefeita. Acho que a situação será resolvida após esta discussão”, afirmou o secretário da Administração, Marco Antônio dos Santos. Aparentemente, o contrato milionário da limpeza não prevê punições por atrasos, já que eles ocorrem há vários meses.