Músicos da Sinfônica da Unicamp, de Campinas, cancelaram ensaio após contratempo
O engenheiro Claudio Orlandi afirmou que a limpeza será providenciada (Gustavo Tilio/Especial para RAC)
Um susto interrompeu na tarde de segunda-feira (1) o ensaio da Orquestra Sinfônica da Unicamp (OSU) no Teatro Municipal José de Castro Mendes. Possivelmente devido a trepidação decorrente da música percussiva, alguns farelos e outras sujeiras que estavam acumuladas numa viga de metal para colocação de holofotes, no alto do teto, caíram no palco, assustando os músicos.
“Ficamos assustados, desde a sexta-feira tem caído umas pedrinhas de brita da viga no forro. Não tem condições de tocar com coisas caindo na nossa cabeça”, afirmou o oboísta Carlos Roberto Coradini, presidente da Comissão de Músicos da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas (OSMC).
Por conta do problema, o ensaio da OSMC, que seria realizado na manhã desta terça (2) no teatro, também foi cancelado, assim como o da OSU, que ocorreria à tarde e foi transferido para a sala da orquestra na Unicamp.
“Não vamos entrar no palco antes de ver o laudo do engenheiro responsável afirmando que não há risco. Não dá para tomar providências depois que acontecer algo mais grave”, reforçou Coradini. O engenheiro da Secretaria de Infraestrutura responsável pela obra, Claudio Orlandi, foi ao teatro no final da tarde de segunda e confirmou que se tratava apenas de sujeira na viga de metal.
Laudo
“Afirmei aos músicos que não há nenhum problema estrutural. Só não tinha condições logísticas para entregar esse laudo até as 9h desta terça, horário do ensaio da OSMC. Mas ele já está sendo oficialmente elaborado e será repassado à Secretaria de Cultura pela Secretaria de Infraestrutura”, disse Orlandi. Ele também garantiu que a equipe do teatro se encarregaria de varrer a sujeira acumulada na viga para evitar novos sustos.
Para o diretor-administrativo da Sinfônica de Campinas, Rodrigo Morte, o incidente não vai interferir no concerto da orquestra sexta e sábado. “O cancelamento do ensaio foi uma decisão conjunta dos músicos, maestro e direção por uma questão de precaução. Mas o engenheiro responsável está acompanhando tudo de perto. Estamos apenas esperando o laudo técnico para retomarmos os ensaios normalmente. Pelo que ele disse não se trata de problema estrutural”, afirmou.
Apresentação
Uma primeira parte dedicada à música latino-americana reúne alguns dos grandes compositores brasileiro e argentinos do século 20. Isso é o que promete o concerto que pode ser chamado de quatrilho sonoro, que a Orquestra Sinfônica da Unicamp (OSU) apresenta nesta quarta (3), no Teatro Municipal José de Castro Mendes, com regência do maestro convidado Henrique Villas Boas e solos do clarinetista Diogo Maia.
O programa abre com a peça "Ponteio para Orquestra de Cordas", do brasileiro Claudio Santoro (1919-1989), um compositor comunista que deixou que a política influenciasse suas decisões estéticas.
O programa contempla ainda os argentinos Carlos Guastavino (1912-2000) e Astor Piazzolla (1921-1992). "Tonada y Cueca", de Guastavino, que faz sua estreia nacional com orquestração original, é uma peça que traz a marca característica do artista que compôs muitas obras baseadas em ritmos típicos argentinos.
Fechando a primeira parte, a OSU interpreta "Contemplación y Danza", de Piazzolla, uma partitura que segue um molde sonoro modernista, porém, já com toques pessoais da linguagem do autor, que viria se manifestar plenamente em seu Novo Tango. Esta também com solo de Maia.
Na segunda parte, o programa volta ao repertório mais clássico, apresentando a "Sinfonia nº 1", de Johannes Brahms.
Serviço
O quê: Orquestra Sinfônica da Unicamp
Quando: Hoje, às 20h
Onde: Teatro Castro Mendes (Praça Corrêa de Lemos, s/nº. Vila Industrial, forne: 3272-9359)
Ingressos: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia)