AVALIAÇÃO

Standard & Poor's decide não mudar nota de risco do Brasil

Segundo a S&P, a manutenção da nota brasileira reflete a expectativa de que o ajuste fiscal em curso terá apoio da presidente Dilma e do Congresso, apesar do cenário político e econômico desafiador

Agência Estado
correiopontocom@rac.com.br
24/03/2015 às 08:42.
Atualizado em 23/04/2022 às 19:07

Joaquim Levy: ele conseguiu uma "trégua" importante para o País ( Agência Brasil)

A agência de classificação de risco Standard & Poor’s manteve os ratings global BBB- e local brAAA do Brasil, com perspectiva estável. Segundo a S&P, a manutenção da nota brasileira reflete a expectativa de que o ajuste fiscal em curso terá apoio da presidente Dilma Rousseff e do Congresso Nacional, apesar do cenário político e econômico desafiador. “A perspectiva estável reflete a nossa expectativa de que a correção em andamento continuará a atrair o apoio da presidente Dilma Rousseff e, finalmente, do Congresso, que gradualmente irá restaurar a credibilidade política perdida, abrindo o caminho para perspectivas de crescimento mais forte em 2016 e nos anos seguintes”, afirma a agência.Os analistas da S&P dizem que, apesar das dificuldades enfrentadas pelo governo, as sinalizações de política econômica neste segundo mandato da presidente Dilma Rousseff mudaram “consideravelmente”. No comunicado de sua decisão, a agência citou o esforço do governo para executar o ajuste fiscal e o aperto monetário por parte do Banco Central para conter a inflação.“O governo ainda tem de detalhar uma agenda de crescimento a médio prazo, mas esperamos que as medidas no final do ano, com uma ênfase renovada sobre a participação do setor privado em projetos de infraestrutura. Este é um outro componente chave para impulsionar o sentimento empresarial, que foi danificado nos últimos anos por decisões políticas irregulares e, atualmente, por incertezas associadas com repercussões econômicas da Petrobras e os riscos de racionamento de água e energia”, dizem os analistas.A S&P afirmou ainda que a nota brasileira reflete a visão de que as instituições brasileiras são “bem estabelecidas” e que há um amplo compromisso com políticas que mantenham a estabilidade econômica. O texto diz que, apesar do escândalo da Petrobras, as investigações da Operação Lava Jato “destacam a força do quadro institucional do Brasil, incluindo a independência do Ministério Público”.A decisão deve afetar de forma indireta a avaliação das outras agências de classificação de risco, avaliou o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini. Segundo ele, a ação da S&P reforça a expectativa das demais agências de esperar os resultados das medidas de ajuste fiscal do governo para mexer na nota soberana do País.O economista afirma que, justamente por já terem essa expectativa de esperar as mudanças para alterar o rating do País, o anúncio da S&P não surpreendeu tanto. “Esperávamos que, se fosse ter alguma mudança na nota, seria lá para o segundo semestre, caso o plano de ajuste que está em curso não surtisse nenhum efeito ou um efeito muito modesto”, disse. De acordo com Agostini, o mercado já precifica essa posição das agências de esperar o efeito das medidas de ajuste, “com preocupação em relação à gestão”. Para o economista, a manutenção do rating foi um crédito da S&P ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, pelo bom histórico dele - e não ao governo . A Austin Rating tem avaliação da nota soberana do Brasil igual à da S&P: BBB-, com perspectiva estável, sendo que a nota foi divulgada em 31 de outubro do ano passado. Segundo Agostini, a próxima revisão deverá ser em junho, “após termos uma noção mais clara sobre onde a situação fiscal vai estar”. 

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