EDUCAÇÃO

Somente 6 dos 20 cursos top da USP vão usar Enem

A deia é que essas cadeiras sejam ofertadas só para candidatos da rede pública pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu)

Agência Estado
06/06/2015 às 10:11.
Atualizado em 23/04/2022 às 11:48
Campus da USP em São Paulo (  Divulgação)

Campus da USP em São Paulo ( Divulgação)

Das 20 carreiras com maior nota de corte na Universidade de São Paulo (USP) - 54 a 72 pontos de 90 possíveis -, apenas seis terão reserva de vagas para candidatos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), segundo proposta da Pró-Reitoria de Graduação. Medicina e Psicologia, na capital e em Ribeirão Preto Direito e Engenharias na Escola Politécnica são as carreiras de ponta para as quais o Enem foi sugerido. Para valer, a mudança no vestibular ainda depende do aval das faculdades e dos conselhos superiores da instituição. O documento em que a pró-reitoria recomenda uma proporção de vagas pelo exame para cada curso foi obtido pela reportagem. A ideia da USP é que essas cadeiras sejam ofertadas só para candidatos da rede pública pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), plataforma digital que reúne vagas do Ensino Superior público. A fatia de vagas reservadas deve variar para cada curso e a USP prevê a mudança já para este vestibular. Meta A meta da universidade é ter, até 2018, metade de alunos de escola pública, com 35% de pretos, pardos e indígenas (PPI). O uso do Enem é uma aposta para cumprir o objetivo. A USP não usa cotas, mas bônus no vestibular para candidatos de rede pública e PPI. A nova proposta, com o Enem, não prevê recorte de renda ou classe. Caso a sugestão seja aceita, 241 das 2.625 vagas das carreiras mais difíceis seriam disputadas pelo exame federal. É justamente nos cursos de elite em que a USP enfrenta maior dificuldade para promover inclusão. Direito Das graduações top, a "cota" máxima via Enem é de 20% do total de cadeiras, caso da Faculdade de Direito da capital. Na graduação de Medicina, em São Paulo, a taxa é de 14,3%; e na Medicina de Ribeirão Preto é de 15%. Nos cursos da Escola Politécnica, a proposta é de 10%. As faculdades têm até o dia 12 para debater e responder à pró-reitoria. Devem indicar quais notas mínimas no Enem seriam usadas. As discussões nos conselhos superiores serão feitas até o fim deste mês. Na média da USP, 14,9% das 11.057 vagas seriam reservadas. Das 42 unidades, 28 já se mostraram favoráveis ao Enem. Para definir a proporção de vagas, a pró-reitoria considerou a concorrência na Fuvest, a taxa de inclusão de alunos de escola pública e o interesse da unidade.DivisãoA Escola de Comunicações e Artes (ECA) e a Escola de Engenharia de São Carlos, que abrigam nove das carreiras mais disputadas, optaram por manter como forma de ingresso apenas a Fuvest. As unidades poderão rediscutir o tema neste mês. Para cursos com prova específica, como Arquitetura, o Enem foi descartado. As Faculdades de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) e de Odontologia, de acordo com o documento, são outras que rejeitaram o exame. A licenciatura em Ciências Exatas, ministrada em São Carlos, tem a maior cota via Enem: 50%. Procurada, a USP não comentou a proposta.

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