Segundo o Jornal Nacional, da TV Globo, o soldado Walter Saldanha Correa Júnior foi indiciado pelo homicídio e terá sua prisão pedida nesta quarta-feira (4)
O dançarino DG, ao lado de Regina Casé, apresentadora do 'Esquenta' ( Reprodução/TV Globo)
A Polícia Civil do Rio concluiu o inquérito que apura a morte do dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, de 26 anos, conhecido como DG, que trabalhava no programa "Esquenta", da TV Globo, e foi assassinado na madrugada de 22 de abril de 2014, durante uma ação policial na favela do Pavão-Pavãozinho, em Ipanema, na zona sul do Rio. Segundo o Jornal Nacional, da TV Globo, o soldado Walter Saldanha Correa Júnior foi indiciado pelo homicídio e terá sua prisão pedida nesta quarta-feira, 4, pelo delegado Gilberto Ribeiro, da 13ª DP (Ipanema). Outros seis policiais militares foram indiciados por falso testemunho e prevaricação. Dois PMs foram inocentados. Até às 21h desta terça-feira, a Polícia Civil do Rio não havia confirmado os indiciamentos. Segundo a versão dos policiais, por volta das 22h do dia 21 de abril de 2014 alguém ligou para o Disque-Denúncia e avisou que o chefe do tráfico local, conhecido como Pitbull, estava no teleférico que serve a comunidade. A informação foi transmitida a um sargento da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do bairro, que perguntou aos subordinados quem gostaria de checar se a denúncia tinha procedência. O debate se prolongou e só à 0h30 os PMs foram patrulhar a comunidade. Quando chegou a uma quadra esportiva, o grupo composto por nove policiais foi recebido a tiros e revidou. Três policiais buscaram abrigo em um prédio de cinco andares perto da quadra. Os outros seis ficaram na rua.A eletricidade acabou, houve tiroteio e, ao fim do confronto, os policiais voltaram para a sede da UPP. Três policiais afirmaram ter visto um vulto passando pelo teto do imóvel onde os criminosos estariam. O soldado Correa Junior afirmou então que acreditava ter baleado a pessoa que estava no teto.A Polícia Civil afirma que DG foi à favela para visitar a filha Laylla, então com 4 anos, e acabou em meio ao tiroteio entre traficantes e policiais, onde foi confundido com criminosos. Para escapar dos tiros, tentou fugir saltando por telhados de imóveis. Ele foi atingido pelo soldado Valter quando estava no quarto andar de um prédio. O tiro atingiu as costas de DG, de baixo para cima. Mesmo ferido, o dançarino continuou fugindo. Ele passou por duas caixas d'água e acabou morrendo no prédio de uma creche.Quando o corpo de DG foi encontrado e identificado, moradores da favela promoveram um protesto em ruas de Ipanema. Depois, a história do dançarino foi tema de uma edição especial do programa "Esquenta".