ig-carlo-carcani (AAn)
Ponte Preta e Guarani apresentaram nesta terça-feira (24) um patrocinador comum. A princípio, cogitaram a possibilidade de fazer o anúncio em um mesmo evento, mas no fim optaram por duas apresentações diferentes, apesar de terem sido realizadas no mesmo dia. Lamento que a ação não tenha sido conjunta. Primeiro porque ela daria uma visibilidade muito maior à Inducol, fabricante de colchões que resolveu apoiar o futebol da cidade expondo sua marca no uniforme dos dois times. E lamento também porque essas apresentações separadas deixam claro que os dirigentes ainda não perceberam que a enorme rivalidade entre bugrinos e pontepretanos deve ser utilizada para fortalecer o futebol campineiro e não para enfraquecê-lo. A disputa em campo, as brincadeiras, a incessante luta para estar à frente do outro e a dedicação máxima para vencer cada dérbi fazem parte da rivalidade. Mais do que natural, é ótimo que seja assim. Mas o que falta aos clubes de Campinas e aos do Brasil de um modo geral é a consciência de que, fora de campo, eles precisam trabalhar em conjunto para arrecadar mais, para crescer. Separadas, as notícias de que a Ponte Preta anunciou um novo patrocinador e o Guarani anunciou um novo patrocinador causam pouco impacto, ainda mais porque não se trata de um anunciante master. Mas a notícia de que os rivais de Campinas se uniram para apresentar um patrocinador comum despertaria um interesse muito maior, principalmente fora da cidade. Existem vários sites de marketing esportivo e portais de cobertura nacional que poderiam se interessar pelo tema e dar um bom espaço para o assunto. O interessante, no caso, seria a ação conjunta dos rivais. Mas, por enquanto, eles preferem caminhar separados. Colocam a rivalidade esportiva acima dos benefícios profissionais que podem alcançar juntos. Esse pensamento também é responsável pelo fato de os dois (e nesse caso o Red Bull também deveria ser chamado para a conversa) nunca terem levado adiante um projeto para arena única em Campinas. O custo de manutenção de uma arena é altíssimo e o que faz ela gerar recursos são os eventos que recebe. Com uma arena recebendo vários jogos (e outros eventos esporádicos) por mês, as despesas dos três clubes seriam bem menores e os recursos, maiores. Isso daria mais força e qualidade ao futebol da cidade. Mas, para alcançar esse estágio, Guarani e Ponte precisam descobrir que trabalhar em conjunto fora de campo não diminui em nada a histórica e saborosa rivalidade do futebol campineiro.