CARLO CARCANI

Sobre Guto e Pugliese

Carlo Carcani
30/04/2013 às 15:00.
Atualizado em 25/04/2022 às 18:12

O Guarani anunciou ontem Tarcísio Pugliese como seu novo treinador e a diretoria da Ponte Preta deve se reunir hoje para discutir a situação de Guto Ferreira. A coluna é sobre os ambos.

Vamos começar por Pugliese, técnico sobre o qual não tenho informação alguma além da relação dos clubes nos quais já trabalhou. O fato de não ser conhecido não significa que não possa desenvolver um bom trabalho. Branco é conhecido no mundo inteiro e fez um trabalho sofrível no Paulistão.

Não é nada animador para o torcedor bugrino saber que o novo treinador já disputou a Série C cinco vezes e nunca conseguiu subir. Porém, é preciso levar em consideração a situação financeira do clube. Sem recursos, a diretoria faz um enorme esforço para reduzir a folha de pagamento e por isso é coerente que o técnico seja um profissional em início de carreira, com um salário menor do que o clube vinha pagando nas divisões superiores.

A aposta é válida, desde que o clube cumpra, durante toda a competição, sua obrigação de pagar os salários em dia. Entendo a opção por um técnico novato em virtude da crise financeira, mas a escolha só fará sentido se o clube for capaz de honrar todos os compromissos que assumir. Pugliese tem consciência que o Guarani precisa subir esse ano e sabe que, se alcançar o objetivo, dará um passo à frente em sua carreira. Ele também apostou no Guarani.

Nos bastidores do Majestoso, corre a informação de que parte da diretoria está insatisfeita com o trabalho de Guto Ferreira. A goleada e a forma como o time se entregou ao Corinthians ainda no primeiro tempo são trunfos para quem defende a demissão do treinador.

Eu acho que seria um erro mudar a comissão técnica agora, a não ser que o clube tenha dinheiro em caixa para trazer um treinador consagrado, cuja escolha seja vista como positiva por grande parte da torcida.

Se for para apostar em um profissional com o mesmo perfil de Guto, melhor mantê-lo e apoiá-lo. A campanha da Ponte foi muito boa e ser eliminado pelo Corinthians é natural para qualquer time do Paulistão.

A diretoria precisa analisar o trabalho de Guto com equilíbrio. Responsabilizá-lo pelo fato de o time não ter chegado à final não faz sentido porque o nível técnico dos clubes grandes é muito superior.

Guto montou uma equipe competitiva, que caiu de produção na fase mais dura do campeonato, mas a análise geral do seu trabalho é positiva. Iniciar o trabalho para o dificílimo Brasileirão saindo do zero é correr um risco desnecessário, diante do que Guto apresentou até agora. A Ponte deve ser ambiciosa sempre, mas precisa tomar decisões com a lucidez de um clube profissional e não com o coração de um torcedor, que sempre acha que o seu time pode ganhar tudo.

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