É difícil, nos dias de hoje, ver algum jogador falar realmente o que pensa. E os poucos que fazem isso vão criando inimizades dentro e fora dos campos. É o caso de Joey Barton, mais conhecido por suas opiniões fervorosas do que por seu futebol. Atualmente no Queens Park Rangers, o volante inglês passou a ser notado no Brasil por causa de suas críticas a Neymar. Ele sempre considerou o camisa 11 do Barcelona apenas uma ação de marketing e nunca um bom jogador.As declarações ofensivas ao brasileiro no Twitter renderam polêmicas, nada anormal para quem já mostrou ao mundo o tamanho do nariz do sueco Ibrahimovic, em confusão em campo, ou para quem já apagou um cigarro no olho de um jogador da base do Manchester City, após discussão em treino. Ele já foi preso por quebrar o dente de um adolescente e espancar um homem até que perdesse a consciência.Mas Barton voltou à mídia no final do mês passado, quando a Nike divulgou o uniforme da Seleção Inglesa para a Copa do Mundo. “Cobrar 90 libras (cerca de R$ 330) pela nova camisa da Inglaterra é fazer os fãs de bobos. Quando isso vai parar?”, questionou o jogador em seu Twitter. “Imagino qual é a tecnologia 'mágica' desta vez que força os preços para cima, mas, na verdade, não funciona. Tecnologia que os torcedores não precisam. Quando as marcas vão começar a ouvir? Os fãs só querem se sentir parte do jogo, parte da tribo”, continuou o jogador, que já tinha poucas chances de voltar a vestir a camisa da seleção de seu país em alguma convocação. O volante atuou pelo English Team em uma oportunidade, em 2007, mas seu jeito falastrão o afastou da equipe, que sempre preferiu atletas com perfis mais de mocinhos, como David Beckham, do que de bad boys.“O futebol deixa o comercialismo comer sua alma mais uma vez. É só uma camisa branca com o símbolo da Inglaterra. Custa duas libras para alguma lojinha do leste do país fazer”, finalizou, exemplificando por A mais B os motivos de existirem tantos produtos piratas no mundo. E olha que ele só falou da camisa inglesa, em um país com poder de compra alto, apesar da crise econômica europeia. Bem diferente da situação brasileira, onde impera a desigualdade social. Pra comprar uma camisa original, embora seja a de torcedor e não a oficial de jogo, é preciso desembolsar R$ 220. Se alguém quiser uma camisa igual à de Neymar, pagará R$ 350. Quanto a isso, dou razão a Joey Barton. Quando isso vai parar? O torcedor só quer fazer parte do jogo.