ERUDITO

Sinfônica da Unicamp homenageia Radamés Gnattali

Concerto especial no Teatro Castro Mendes tem regência do maestro espanhol Octavio Más-Arocas

Delma Medeiros
20/03/2013 às 05:11.
Atualizado em 25/04/2022 às 23:55
O compositor brasileiro Radamés Gnattali (1906-1988) (Divulgação)

O compositor brasileiro Radamés Gnattali (1906-1988) (Divulgação)

A Orquestra Sinfônica da Unicamp (OSU) entra no circuito das homenagens ao compositor brasileiro Radamés Gnattali (1906-1988), lembrado em 2012 pelos 25 anos de morte, com concerto especial no Teatro Municipal José de Castro Mendes, sob a batuta do maestro espanhol Octavio Más-Arocas, regente participante do programa do Artista Residente — parceria entre o Centro de Integração, Documentação e Difusão Cultural (Ciddic) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e o Departamento de Música do Instituto de Artes. Com solos do violinista Artur Huf, spalla da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas (OSMC), a OSU interpreta o 'Concerto para violino no 3', de Gnattali. Para encerrar a noite, a 'Sinfonia no 2', de Johannes Brahms (1833-1897), uma das mais importantes e populares peças do repertório sinfônico.

Radamés Gnattali é um arquiteto dos sons, compara o solista Artur Huf. “A obra dele erudita é extensa, brilhante. Ele valoriza a orquestra que se soma ao solista num desenho virtuosístico”, afirma o violinista. Mesmo com cerca de sete décadas dedicadas à música, Gnattali dizia-se incapaz de defini-la. Segundo ele, a música é “uma arquitetura de sons que não dá pra explicar”, conta Huf.

O maestro Más-Arocas explica que rege a obra de Gnattali pela primeira vez. “Não conhecia esta peça, que apresenta momentos muito inspirados para o solo de violino. É uma música agradável, quase popular, com grande impacto junto ao público”, afirma, citando que mesmo nas composições mais eruditas de Gnattali, se percebe uma proximidade com o popular. “O primeiro movimento tem um pouco de ritmo, mas é muito melódico. O segundo tem um quê de misterioso, muito belo e que ressalta a capacidade solística, enquanto o terceiro andamento é mais popular, num ritmo quase de dança”, explica o regente.

Trânsito

Radamés Gnattali foi um dos mais respeitados músicos do Brasil. Contemporâneo de compositores como Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga, Anacleto de Medeiros e Pixinguinha, ele transitava entre a música erudita e a popular com a mesma facilidade com que produzia arranjos. Na década de 1970, teve influência na composição de choros, incentivando jovens instrumentistas como Raphael Rabello, Joel Nascimento e Maurício Carrilho, e para a formação de grupos de choro como o Camerata Carioca. Também compôs obras importantes para violão, orquestra, concerto para piano e uma variedade de choros. Em 1983, recebeu o prêmio Shell na categoria música erudita, concedido por unanimidade. Na ocasião, foi homenageado com um concerto no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, que teve a participação da Orquestra Sinfônica do Rio de Janeiro, Duo Assad e Camerata Carioca.

Serviço

Concerto da Orquestra Sinfônica da Unicamp em homeagem a Radamés Gnatalli

Nesta quarta-feira (20), às 20h

No Teatro Municipal José de Castro Mendes (Praça Corrêa de Lemos, s/n - Vila Industrial). Telefone: (19) 3272-9359

Ingressos: R$ 20,00 e R$ 10,00 (meia)

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