CONTRA O PACOTE

Sindicato promete paralisar secretarias municipais na segunda

Manifestações objetivam forçar a Prefeitura a demitir servidores de confiança sem vínculo; Administração garante que estes serão os primeiros

Guto Silveira
21/09/2013 às 00:00.
Atualizado em 25/04/2022 às 03:20

O sindicato dos Servidores Municipais (SSM) promete manifestações em secretarias municipais na segunda-feira (23). A intenção é paralisar pelo menos duas secretarias, mas pelo menos cinco estão listadas. Os atos são uma reação às medidas anunciadas pela prefeita Dárcy Vera (PSD) na terça-feira (17) com o objetivo de reduzir os gastos com a folha de pagamentos. Ao todo, 16 medidas foram anunciadas.Entre as medidas estão redução de horas extras, maior rigor na aceitação de atestados médicos e a redução de 20% nos cargos de provimento em comissão, de livre nomeação da chefe do Executivo. Nestes cargos estão nomeados por indicação política, sem vínculo empregatício e servidores efetivos que os ocupam em troca de gratificação. A movimentação do sindicato é justamente para que sejam demitidos os que não têm vínculo, mas que são apenas nomeados. Na quinta-feira (19) a manifestação foi em frente à sede operacional do Daerp, na Rua Pernambuco. Os funcionários paralisaram as atividades, impediram que os servidores de confiança entrassem e conseguiram pelo menos a suspensão de oito ocupantes de cargos em comissão até terça-feira. “Mas eu soube que eles estão indo todos para o Daerp Centro”, disse o presidente do SSM, Wagner Rodrigues. Nesta sexta-feira (20) o SSM lançou a campanha “Xô Sanguessuga”, uma espécie de caça aos ocupantes de cargos em comissão. O sindicato também distribuiu nesta sexta-feira um jornal da entidade para alertar os trabalhadores para os problemas que estão por vir. “A campanha já está nas ruas, não vamos voltar atrás. Já recebemos diversos e-mails de servidores informando onde estão os Sanguessugas (sem vínculo). Exigir a demissão dos comissionados sem vínculo com a Prefeitura é a maneira que os servidores encontraram para colaborar com os gastos e enquadrar a Prefeitura na Lei de Responsabilidade Fiscal, sem é que estamos no limite prudencial”, disse Rodrigues. O sindicalista disse que o objetivo é paralisar as pastas onde há mais servidores com cargos de confiança. Estas seriam Educação, Saúde, Fazenda, Infraestrutura e Administração. “Estas secretarias têm muitos servidores sem vínculo e vamos bater para que sejam eles os demitidos, porque não têm nenhum compromisso com a Administração Municipal”, disse Rodrigues. Ele também afirmou que no final da tarde desta sexta-feira foi marcada uma reunião ás pressas com o primeiro escalão da Prefeitura nos Estúdios Kaiser de Cinema. “Diante da reunião marcada às pressas, a diretoria do sindicato acredita que o governo deve partir para o enfrentamento”, apontou Rodrigues. Na CâmaraOs servidores também se preparam para uma manifestação na Câmara Municipal na terça-feira (24). Isso porque temem que a prefeita possa enviar ao Legislativo um projeto de lei que revogue a redução da jornada de trabalho dos servidores da saúde de 40 para 30 horas semanais. A redução foi escalonada e hoje estes servidores trabalham 36 horas, mas a partir de 1º de outubro passa para 32. A jornada chega a 30 horas em fevereiro de 2014. O secretário de Governo, Osvaldo Ceoldo, disse que a Prefeitura deve alterar o cronograma da redução, mas ainda não foi apresentada qualquer mudança. “Para alterar, a Prefeitura tem que mudar a lei já aprovada pela Câmara”, disse Rodrigues. Mesma orientaçãoA Prefeitura assegura que também pretende demitir primeiro os sem vínculo. Em nota, informou que a comissão encarregada de levantar as informações para exonerações já iniciou os trabalhos, mas ainda não há levantamento parcial da situação. “Ainda não existe um levantamento prévio do número de servidores que possam ser exonerados dos cargos comissionados”, registra a nota. “A preocupação da Administração sempre foi no sentido de não prejudicar os servidores de carreira e caso sejam adotados cortes eles serão adotados entre os funcionários sem vínculo”, garante a Prefeitura.

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