CAMPINAS

Sindicato diz que região precisa de mais mil carteiros

Segundo o sindicato da categoria, o falta de profissionais gera atrasos na entrega de correspondência

Inaê Miranda
igpaulista@Rac.com.br
25/09/2013 às 10:12.
Atualizado em 25/04/2022 às 01:31

Carteiro faz entrega no bairro São Bernardo, em Campinas: sobrecarga (Elcio Alves/AAN)

A profissão de carteiro está em escassez na Região Metropolitana de Campinas (RMC). A sobrecarga de trabalho somada à redução constante do quadro de funcionários já reflete nosserviços prestados à população. Em alguns bairros da periferia de Campinas, as correspondências demoram até dois meses para chegar ao destinatário. O Sindicato dosTrabalhadores de Correios, Telégrafos e Similares de Campinas e Região (Sintect-Cas) estima umdéficit de 1 mil profissionais na RMC, dos quais 300 só na cidade de Campinas. Eles cobram mais contratações por meio de concurso público. A média de cartas entregues em Campinas é de 250 mil por dia. Elas são distribuídas entre os cerca de 800 carteiros em atividade. Para atender à demanda da cidade, seriam necessários mais 300 carteiros. Quando seleva em conta as áreas administrativas, atendimento e triagem, o déficit de trabalhadores chega a 450 segundo o sindicato. Nas 19 cidades da RMC, o déficit de carteiros chega a 1 mil. "O último concurso público realizado pelos Correios foi em 2011 para cerca de 70 carteiros em Campinas. Isso nem de longe supriu as nossas necessidades”, afirmou Remerson Braga, diretor do Sintect-Cas. Os bairros periféricos são os que mais sofrem com os atrasos nas entregas dascorrespondências gerados pela falta de pessoal. “A empresa migra o trabalhador para os grandes centros e áreas mais nobres, deixando a periferia descoberta”, afirmou. Entre as regiões mais prejudicadas de Campinas estão o Campo Grande e o Ouro Verde.Segundo Braga, dependendo da demanda de trabalho, a demora na entrega pode chegar a uma semana, mas há quem reclame que não recebe as correspondências rotineiras já faz dois meses. A cozinheira Marilene Félix Araújo mora no Jardim Nova América em uma viela. Como os carteiros passam apenas pelas ruas principais, os moradores colocaram caixas de correspondência naentrada da viela. As cartas, segundo Marilene, sempre chegaram com frequência. Mas há dois meses ela parou de receber as cartas e diz que vai ter alguns prejuízos por isso. “As contas de telefone, internet e da TV por assinatura sempre chegaram, mas desde julho deixei de receber. Pedi para a minha filha imprimir a segunda via pela internet, mas vou precisar pagar agora com juros”, afirmou. O corretor de imóveis Carlos Roberto de Assis mora no Jardim do Lago e também reclama de atrasos. “Não entregam os nossos produtos. Três vezes seguidas precisei ir retirar as minhas encomendas na agência. Eles falaram que iam resolver, mas já se passaram 100 dias. Pela quarta vez agora não fizeram a entrega do meu produto e estão dizendo que tenho que ir lá novamente, mas dessa vez eu não vou porque pago para receber em minha casa”,reclamou. O motorista Eduardo Gomes também está com problemas. “Estou esperando uma fatura docelular. Já venceu e até hoje não recebi.” O atraso na entrega, segundo moradores do Jardim América, não é o único problema. A pressa e a sobrecarga de trabalho acabam levando a outras falhas. “Às vezes, colocam correspondência em qualquer lugar”, disse a dona de casa Izabel Pires Barbosa. “Não sei se é má vontade, mas de vez em quando, deixam um monte de correspondência deoutras pessoas no meu endereço. Quando conheço eu entrego. Mas o meu medo é de fazerem a mesma coisa com as minhas cartas e a pessoa que receber não ter a mesma boa vontade deentregar para mim”, disse o aposentado Manoel Martins.

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