PREVIDÊNCIA MUNICIPAL

Sindicalista defende servidor no comando do IPM

Presidente do Sindicato também defende mudança de lei para blindar o Instituto de investidas da Prefeitura e fim de cargos em comissão

Guto Silveira
19/09/2013 às 09:30.
Atualizado em 25/04/2022 às 02:52

O presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto, Wagner Rodrigues, defendeu nesta quarta-feira (18) a modificação na lei que rege o Instituto de Previdência dos Municipiários (IPM) e reafirmou a defesa já antiga do sindicato que o Instituto tenha em seu comando um servidor de carreira.Para ele, a escolha pode ser por eleição pelos funcionários ou por indicação da Administração Municipal, a partir de uma lista tríplice. “Com indicados politicamente, como sempre ocorreu, a Prefeitura tem facilidade de diálogo e ações. Um servidor de carreira, capacitado para a função, defenderá os interesses dos trabalhadores, não da Prefeitura, que neste caso é o patrão.” As afirmações foram feitas em depoimento à Comissão Especial de Estudos (CEE) que analisa o repasse autorizado de R$ 60 milhões do IPM à Prefeitura, com R$ 37 milhões já repassados. Antes do início do depoimento, Wagner Rodrigues entregou aos vereadores e jornalistas presentes um documento elaborado pela direção do Sindicato com uma análise histórica e situacional do IPM, relatando desde antes da fundação do Instituto, até os dias atuais. Ele apontou que historicamente o dinheiro do IPM, e consequentemente dos trabalhadores, vem sendo utilizado para socorrer a Prefeitura. “Essa é uma pratica que não foi exclusiva de governo A ou B. O dinheiro é utilizado para sanar uma situação e depois se faz um acordo para devolução, aumentando a dívida da Prefeitura com o IPM”, explicou. De acordo com o sindicalista, o último cálculo atuarial que ele tem conhecimento foi feito em 2005, quando foi apontada uma dívida da Prefeitura com o Instituto de R$ 1,4 bilhão. “Não existiu outro estudo. Se existe, está guardado em alguma gaveta, sem divulgação”, afirmou. Rodrigues também afirmou ser contra o repasse de valores do IPM à Prefeitura da forma como foi feita. Na votação do Conselho Administrativo, a representante do sindicato votou contra o repasse porque queria separar a devolução em duas, uma para a Prefeitura e outra para os servidores. “Não foi possível porque a votação foi englobada”, afirmou. A contribuição recolhida indevidamente é de um terço dos trabalhadores e dois terços da Prefeitura. “O correto seria que o trabalhador que contribuiu pudesse se aposentar com base nessa contribuição. Mas como não é possível, entendemos que o repasse à Prefeitura não poderia ter ocorrido, uma vez que ela, Prefeitura, deve ao IPM. Por outro lado, o trabalhador tem que receber esse repasse, uma vez que o desconto foi indevido”, frisou. SeminárioO sindicalista ainda informou na CEE, presidida pela vereadora Viviane Alexandre (PPS) e integrada por Gláucia Berenice (PSDB), Marcos Papa (PV) e Walter Gomes (PR) que o Sindicato, dentro da programação de 25 anos, fará um seminário que vai discutir a Previdência Municipal e ressaltou que seria importante a participação da Câmara Municipal, na elaboração de uma legislação que defendesse o IPM, blindando o Instituto contra novas retiradas de dinheiro por parte da prefeitura.

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