Informações de fontes mais do que confiáveis ressaltam a necessidade de que seja aceso, com urgência, o sinal vermelho do planejamento urbano em Campinas. Nesta semana, o IBGE divulgou a projeção populacional para 2013 e, segundo o estudo, Campinas cresceu incríveis 4,2% em apenas um ano! A cidade teria recebido 46.232 novos moradores desde 2012 – ou seja, cresceu “uma Pedreira” ou “uma Jaguariúna” em doze meses.Esta taxa de crescimento populacional em Campinas, muito acima da atual média nacional, representa um retorno às taxas médias das décadas de 1960 e 70, quando houve uma explosão populacional em várias cidades brasileiras. Campinas entre elas.Inevitável inferir que esse crescimento se deve aos grandes projetos e grandes obras em curso, com a expansão do Aeroporto Internacional de Viracopos como uma das âncoras. Mas outros grandes empreendimentos estão em curso ou são projetados, indicando que Campinas e toda a região metropolitana mantêm o dinamismo e o vigor que não têm sido verificados em outras partes do país.Apenas esse dado seria suficiente para reiterar a urgência do planejamento urbano, permanente, sistemático, abrangente, holístico. Trata-se de uma questão sempre acentuada, principalmente nos períodos eleitorais, mas logo esquecidas pelos governos do turno. Tomara que com o atual não aconteça, pois se isso ocorrer será o caos para Campinas.Outros estudos recentes ratificam o imperativo do planejamento e implementação de políticas públicas consistentes, em diversas áreas. Caso do Atlas do Desenvolvimento Humano 2013, que o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) divulgou a 29 de julho.Segundo o Atlas, entre 1991 e 2010 o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de Campinas cresceu de 0,618 para 0,805, correspondendo a um aumento de 30,26% no período, abaixo da média de crescimento nacional (47,46%) e abaixo da média de crescimento estadual (35,47%). Isto porque a base inicial de Campinas, ou seja, em 1991, já era superior à da maioria dos municípios brasileiros e paulistas.Houve uma importante mudança na estrutura demográfica, indicando a necessidade de políticas públicas mais consistentes para as faixas etárias superiores a 15 anos. A população de 15 a 64 anos aumentou de 66,08% do total da população em 1991 para 72,24% em 2010. E o grupo de 65 anos ou mais cresceu de 5,17% do total em 1991 para 8,47% em 2010.Na faixa de 5 a 17 anos, houve aumento em todos grupos etários em termos de acesso à escola. Em 2010, 67,34% dos alunos entre 6 e 14 anos de Campinas estavam cursando o ensino fundamental regular na série correta para a idade. Isto significa um contingente ainda expressivo de 33% de crianças e adolescentes em séries não corretas para a idade. A proporção é ainda maior entre os jovens de 15 a 17 anos: apenas 42,19% deles estavam cursando o ensino médio regular sem atraso. Números em termos gerais demonstrando melhoria, mas muito ainda a fazer, principalmente na faixa de 15 a 17 anos.Ainda conforme o Atlas, a renda per capita média de Campinas aumentou 39,76% no período, subindo de R$995,15 em 1991 para R$1.223,77 em 2000 e R$1.390,83 em 2010.A concentração de renda e, em consequência, a desigualdade aumentaram, apesar da melhoria dos indicadores sociais em geral. O Índice de Gini (que mede a diferença de renda entre os mais ricos e mais pobres, sendo maior a desigualdade à medida que mais próximo de 1) cresceu de 0,53 em 1991 para 0,57 em 2000 e para 0,56 em 2010.Isto porque a concentração de renda cresceu. Os 80% mais pobres tinham 41,97% da renda em 1991 e 39,26% em 2010. Por outro lado, os 20% mais ricos concentravam 58,03% da renda em 1991 e 60,74% em 2010.Os números estão aí. É preciso lê-los sob a ótica necessária, para que as medidas devidas sejam tomadas.