CARLO CARCANI

Sinais de quem pode fazer história

Carlo Carcani
30/03/2013 às 01:01.
Atualizado em 25/04/2022 às 22:31

A Ponte Preta entra em campo hoje pela 16ª vez na temporada para defender o status de única equipe invicta do Paulistão. A marca é fantástica, não por seu valor histórico, mas pela dificuldade de alcançá-la. O time de 1981 não entrou para a história porque ficou sem perder nos 13 primeiros jogos do Estadual. Na verdade, ninguém falava disso até o time atual se aproximar, igualar e superar o feito. O time de 1981 tem seu lugar na história porque foi vice-campeão paulista e semifinalista do Brasileiro. No mesmo ano, aquela equipe realizou as melhores campanhas da história da Ponte em duas competições.

A Ponte 2013, portanto, só vai fazer história se estiver presente na decisão. A série invicta não é valiosa de forma isolada, mas é um indicativo de que a Macaca pode, sim, brilhar na hora decisiva.

Basta analisar os números para perceber como é difícil chegar tão longe sem perder um jogo sequer. Além da Ponte, mais três times do Interior estão no G8. Juntos, Mogi Mirim, Botafogo e Penapolense já perderam 14 vezes. São equipes que brigam por uma vaga nas finais e que fazem boas campanhas. Os quatro grandes, todos também no G8, já somam seis derrotas.

Como se vê, ninguém fica tanto tempo sem perder se não for muito competitivo. Em outras colunas, já escrevi sobre a consistência da defesa e a qualidade dos reservas, fatores que contribuem de modo decisivo para essa caminhada sem derrotas.

Nas últimas rodadas, outra peça importante se destacou. Trata-se de William, artilheiro do Paulistão com 9 gols. Em grande fase, tem conseguido cumprir sua função tática e também aquela única missão com a qual a torcida se preocupa, que é a de mandar a bola pra rede. Nas últimas sete rodadas, ele fez seis gols. Vamos ver se hoje tem mais em Piracicaba.

DANIELZINHO

Na coluna de quarta-feira, escrevi que a Ponte não se fez presente no julgamento no TJD e que poderia ter se esforçado um pouco mais para que Danielzinho fosse punido pelo carrinho violento em Ferrugem. A Ponte informou que teve sim um advogado no julgamento, mas que apenas a Promotoria tinha o direito de se manifestar na acusação contra o jogador do São Caetano. Isso não muda o meu ponto de vista de que a Macaca poderia ter feito um pouco mais.

Em defesa do atacante, falaram o advogado do São Caetano, o árbitro do jogo e o próprio Danielzinho. Talvez o resultado fosse diferente se Ferrugem e o médico que o operou, por exemplo, também fossem ouvidos.

De qualquer forma, não considero a Ponte responsável pela absurda absolvição de Danielzinho. Quem não cumpriu o seu papel de defender as regras do jogo foi o TJD, que tomou uma decisão ridícula.

O que foi mostrado no julgamento já foi mais do que suficiente para que o jogador do Azulão fosse punido de modo exemplar. O clube, na minha opinião, apenas poderia ter sido um pouco mais contundente em busca de uma punição mais rigorosa possível para uma falta praticada de forma tão imprudente, com grave consequências.

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