Após voltar de grave contusão e se machucar de novo, volante chegou a pensar em encerrar carreira
O impacto, um estalo e a dor. Sensações que nenhum jogador deseja ter. E que, pela segunda vez em um período de seis meses, acometem Simião. Após se recuperar de uma grave contusão no ligamento cruzado do joelho esquerdo sofrida em agosto do ano passado, o volante do Guarani nem pôde saborear seu retorno aos gramados. Justamente em sua reestreia, diante do São Caetano, no último dia 5, o jogador sofreu uma lesão no quadril após choque com um adversário e terá que passar novamente por todo o processo de recuperação, que gira em torno de três meses.Tudo isso o fez pensar muito. Pensou na família e na sua sequência no futebol. Em entrevista exclusiva ao Correio Popular, Simião revela que cogitou encerrar a carreira, mas que hoje o pensamento é apenas em voltar o quanto antes aos gramados para poder realizar o desejo de escrever sua história no clube.Como lidar com a segunda lesão grave em um período tão curto?Em um primeiro momento, quando veio o impacto, só pensei no joelho que tinha machucado. Mas quando veio a dor no quadril, respirei mais aliviado. Só que vieram os exames e, depois dos resultados, tudo me abalou um pouco. Era um momento inigualável para mim. Poder jogar novamente, receber o carinho da torcida, ouvir meu nome ser gritado. E tudo isso depois me chateou, porque eu senti que frustrei todo mundo. Frustrei meus familiares, os amigos e a torcida, que esperava muito do Simião e ele não vai poder corresponder.Qual a sensação de passar mais uma vez por esse período de recuperação?É triste, não tem outra palavra para se referir a esse momento. Tive poucas lesões na carreira e vieram essas duas em sequência. Mas sou forte, fraturei o quadril durante o jogo e consegui terminar a partida. Vou para essa luta. Tenho capacidade para superar isso e acredito no meu Deus. Em algum momento pensou em abandonar a carreira no futebol?Não vou mentir. No primeiro momento, quando fiz o exame e foi constatado que o fêmur saiu do lugar, até confidenciei ao Renan (Sacchi, fisioterapeuta do clube) que, se tivesse que fazer cirurgia, eu ia parar, porque não aguentava mais. Depois, de cabeça fria, pensei em um primo, que me pediu pra nunca desistir e cumprir o que ele não tinha conseguido, que era seguir a carreira de jogador. Pensei na minha família, que espera muito de mim, e depois pensei nas promessas que fiz aqui no Guarani, de que iria fazer história aqui. Talvez minha história passe por esse momento de dificuldade, mas não vou desistir. Vou lutar e vencer mais uma vez. Você teme não ter o mesmo rendimento após as duas lesões?Depois de operar o joelho, voltei sem receio nenhum, estava tranquilo. Treinei e fui para o jogo tranquilo. Mas em relação ao quadril, tenho receio sim, pois ouvi do Renan que um médico havia dito que essa lesão poderia acabar com a minha carreira. Absorvi essa frase e estou com receio. Mas, por outro lado, conversei com um amigo meu — Thiago Cristian, que joga no Rio Claro. Ele teve a mesma lesão e voltou. Isso me dá confiança de acreditar que voltarei bem. Logo após sua lesão no ano passado, a diretoria prontamente renovou seu contrato até maio de 2014. Desta vez, após a nova contusão, já houve alguma conversa sobre isso?Ainda não e eu até entendo porque tem eleições chegando e outras coisas acontecendo no clube. Mas, se for desejo da diretoria que eu fique, pode ter certeza que vai acontecer e vamos entrar em um acordo bom para ambas as partes. Meu desejo é ficar para a Série C e fazer o Guarani subir.