A CBF tem todos os motivos do mundo para demitir Dunga antes da Olimpíada do Rio e contratar um técnico que possa tirar mais dos jogadores que conseguiram ser eliminados na primeira fase da Copa América, num grupo composto também por Equador, Haiti e Peru. A coluna de hoje vai citar apenas sete: 1) O Brasil está apenas em 6º lugar nas Eliminatórias da Copa do Mundo. A distância para a zona de classificação é mínima, mas ainda assim a posição é inaceitável para a única seleção do planeta que ganhou cinco Copas do Mundo e que esteve presente em todas as edições. Pelo retrospecto recente, fica claro que o risco de uma eliminação inédita existe; 2) A campanha na Copa América foi desastrosa, a ponto de ser considerada uma vexame igual ou maior do que a derrota por 7a 1 para a Alemanha. Não chega a tanto, mas a eliminação na primeira fase não acontecia desde 1987. E foi apenas a segunda da história em um torneio centenário. 3) O Brasil não perdia para o Peru — 48º do ranking da Fifa — desde 1985. Mesmo assim, foi em um amistoso. A última derrota em competição oficial foi na Copa América de 1975. Detalhe: o Brasil foi representado por uma seleção que contava apenas com atletas de times mineiros; 4) O Brasil tem apresentado um futebol pobre, a ponto de a atuação do 1º tempo ter arrancado um elogio aqui e outro ali. E falamos de um jogo em que o time não conseguiu marcar gols no Peru, que tem a terceira pior defesa das Eliminatórias. 5) Dunga, desde sempre, tem um discurso de valorização, respeito e entrega total à camisa amarela. O comportamento do time nos treinos, no campo e também fora dele não bate com o discurso. Ao contrário, a impressão é de que ninguém sentiu a vexatória eliminação nos Estados Unidos; 6) Dunga foi muito mal nos momentos decisivos do jogo contra o Peru. Errou ao tirar Gabriel e inexplicavelmente não fez as outras duas substituições; 7) É evidente que o árbitro cometeu um erro grotesco no gol do Peru, mas Dunga jamais deveria ter dado tanta ênfase ao assunto na entrevista após a partida. Só nessa Copa América, o Brasil também foi beneficiado por erros importantes de arbitragem contra Equador e Peru. A campanha foi péssima e o treinador preferiu atribuir a eliminação ao gol ilegal. Pega mal. Esses são apenas sete motivos para Dunga deixar o comando da Seleção. Existem outros tantos. A CBF só vai mantê-lo no cargo se tiver outros interesses.
