Sesc faz uma noite com o mestre do trombone Raul de Souza

Com 78 anos de idade e 58 de carreira, Raul de Souza só pensa na festona que deseja fazer daqui a dois anos, com muita música e convidados especiais. Ânimo não falta ao trombonista, considerado um dos melhores do mundo, que promete contagiar os campineiros no show que realizará hoje, às 20h, no Sesc. O repertório é baseado no seu mais recente trabalho, o CD e DVD "O Universo Musical de Raul de Souza", lançado no do ano passado e que traz composições marcantes que fizeram e fazem parte da vida do instrumentista.

A música de Raul de Souza é difícil de ser rotulada, pois passa por diversos gêneros como samba, jazz e choro. “Toco música instrumental moderna brasileira”, afirma ele, pondo fim a qualquer título restritivo. Amante da bossa nova, homenageia o estilo na abertura da apresentação com "Bossa Eterna", música que deu nome ao disco de 2008. “Não digo que faço bossa porque ela é cantada, mas é justa a homenagem aos meus amigos Vinicius de Moraes, Tom Jobim.”

Raul resolveu colocar a boca no trombone aos 16 anos. Integrante da geração dos rebeldes sem causa e nascido no Rio de Janeiro, o também compositor teve sua consagração e reconhecimento nos anos 70, quando saiu em turnê pelos Estados Unidos com Airto Moreira e Flora Purim. Fez seu nome no mercado norte-americano com o lançamento de três álbuns: "Sweet Lucy" (1977), "Don’t Ask My Neighbours" (1978) e "Till Tomorrow Comes" (1978).

Atualmente, divide seu tempo entre o Brasil (São Paulo) e a França (Paris), onde tem casa. Mas, quando o assunto é musicalidade, o coração brasileiro fala mais alto. “O Brasil é muito alegre, aconchegante. O estrangeiro não é tão musical quanto nós”, diz ele, que sempre ressaltou a brasilidade em suas criações.