PIRACICABA

Seminário na Esalq revela queda do trabalho infantil

Em 2012, nessa mesma faixa etária, o número de trabalhadores caiu para 1,3 milhões de brasileiros

André Luís Cia
12/10/2013 às 05:00.
Atualizado em 25/04/2022 às 00:32
Ana Lúcia Kassouf, pesquisadora do Cepea, apresentou pesquisas sobre o trabalho infantil no Brasil (Antonio Trivelin )

Ana Lúcia Kassouf, pesquisadora do Cepea, apresentou pesquisas sobre o trabalho infantil no Brasil (Antonio Trivelin )

Nos últimos 20 anos houve redução no número de trabalhadores infantis no Brasil. Em 1992 eram 5,5 milhões de crianças e jovens (de 5 a 15 anos) realizando algum tipo de trabalho no país. Em 2012, nessa mesma faixa etária, o número de trabalhadores caiu para 1,3 milhões de brasileiros (redução de 236,36%). Essa foi uma das estatísticas apresentadas nesta sexta-feira (11) durante o seminário "Trabalho infantil: a Experiência e os Desafios do Brasil", evento realizado na Esalq/USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), em parceria com o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).O encontro, coordenado pela pesquisadora do Cepea e professora da Esalq, Ana Lúcia Kassouf apresentou uma série de pesquisas sobre o tema no país com o objetivo de identificar a dimensão da prática, suas causas e consequências, além de mostrar o impacto das políticas públicas sobre o problema social brasileiro e as experiências no setor. A atividade teve a colaboração da UCW (Understanding Children's Work), entidade que envolve a OIT (Organização Internacional do Trabalho), Unicef e Banco Mundial. Alunos de pós-graduação em Economia Aplicada da Esalq aproveitaram a oportunidade de apresentar as pesquisas desenvolvidas no seminário, assim como pesquisadores da Esalq e de outras universidades. De a 8 a 10 de outubro, foi realizada, em Brasília, a III Conferência Global sobre o Trabalho Infantil. Alguns participantes da OIT aproveitaram a vinda ao Brasil para participar da conferência e também se deslocaram para Piracicaba, dentre eles, o italiano Furio Rosati, que palestrou à tarde sobre os impactos do trabalho infantil na última década.Ana Lúcia explicou que o Brasil é hoje referência mundial porque conseguiu reduzir drasticamente o número de trabalhadores infantis. "Foram vários os fatores, como os programas sociais implantados, como o bolsa família, o aumento do salário mínimo e a inclusão de 98% de nossas crianças e jovens na escola. Por tudo isso, o país virou uma referência importante neste setor".O professor de economia Rodolfo Hoffmann foi o único dos palestrantes que discursou em português. O tema de sua palestra foi a distribuição de renda no Brasil. "A queda da desigualdade social nos últimos anos contribuiu positivamente para a redução do trabalho infantil". Couberam a Raul Machado, do setor de relações internacionais da USP, as considerações iniciais do evento.

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