Os parlamentares são mesmo espertos. Diante da necessidade de uma reforma política consistente, começam a discutir apenas um puxadinho. Primeiro querem favorecer os partidos, os candidatos e ampliar o leque de facilidades. Querem que nem seja necessária a aprovação das contas de campanha. Nesse caso seria melhor abolir a papelada ou os arquivos digitais que viram verdadeiros monstrengos. É como se um funcionário de uma empresa pegasse o adiantamento para viagem e comprasse presentes para os filhos, chocolate para a esposa, um vestido para amante e, depois, apresentasse as contas a seu superior. Elas, claro, seriam rejeitadas, mas o funcionário não teria nenhuma sanção por isso. Parece uma brincadeira com o eleitor já cansado de ver promessas descumpridas, acordos eleitorais espúrios e tanta desfaçatez que pudesse aceitar uma “reforminha” assim. É muita cara de pau. Não falam em fim de reeleição, nem pensam em voto distrital e sequer discutem o voto facultativo. Querem fazer um puxadinho para disfarçar. Para calar a boca dos movimentos de protestos. Mas aparentemente este período acabou. O contribuinte não quer mais respostas evasivas. Quer ações concretas para limpar de vez a sujeira acumulada sob o tapete. Se for preciso, vai para as ruas para uma reforma que permita maior fiscalização sobre eleitos e partidos. Se for pra fazer de mentira, melhor deixar como está. E enfrentar a ira dos eleitores no ano que vem.
PROTESTO E AULA
O movimento Ocupa Ribeirão promove na tarde desta terça-feira (9) uma manifestação na Esplanada do Theatro Pedro II, a partir das 15h. O foco principal é discutir o transporte coletivo, com participação de Célio Turino, que ministrará uma palestra aos participantes. Mas também haverá manifestações culturais, com apresentações de música, dança e malabares. O ato faz parte das ações que o movimento, juntamente com outros, pretende realizar pela cidade.
REPASSE REJEITADO
O Tribunal de Contas do Estado (TCE) considerou irregular um repasse feito pela Prefeitura de Sertãozinho ao Grêmio Desportivo Brasileiro de Sertãozinho, em 2008, quando o prefeito era José Alberto Gimenez (PSDB), o Zezinho, também o atual chefe do Executivo da Cidade. A entidade, dirigida por Antonio Aparecido Savegnago, recebeu R$ 310 mil para difundir a prática do esporte amador nos níveis infantil e juvenil, cuja aplicação para esse fim não foi plenamente comprovada.
NO PROFISSIONAL
De acordo com apontamentos de auditores do TCE, a entidade beneficiada pelos recursos públicos tem o mesmo endereço do time do Sertãozinho Futebol Clube e que o repasse serviu também para custear atletas de base da equipe. Para o Tribunal, o erro da destinação começou já na escolha da entidade por não se tratar de atividade assistencial, de saúde ou educativa, de fato. Também não teria ficado caracterizado o caráter suplementar do repasse, já que a entidade teria no valor sua única fonte de manutenção.
DEVOLUÇÃO E MULTA
Diante das irregularidades, o TCE determinou que o dirigente da entidade, também presidente do time de futebol da cidade, devolva os R$ 310 mil aos cofres públicos e a proibição de recebimento de outros recursos públicos até a regularização da situação. A ex e atual prefeito Zezinho Gimenez foi aplicada a multa de 200 Unidades Fiscais do Estado de São Paulo (Ufespes), que representa pouco menos de R$ 4 mil. Da decisão ainda cabe recurso ao próprio TCE.
UPA APROVADA
Também de Sertãozinho, o TCE considerou regular a licitação, contrato e três aditamentos para a construção da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade. Tanto o contrato quanto os aditamentos foram feitos durante a administração de Nério Costa (PPS), em 2010, 2011 e 2012. A obra, realizada pela Toca Construtora e Incorporadora Ltda., custou mais de R$ 3,6 milhões e demorou cerca de dois anos, o dobro do prazo estimado, de 12 meses.
