GUTO SILVEIRA

Sem defesa

21/08/2013 às 09:07.
Atualizado em 25/04/2022 às 04:44

A restituição de recursos do IPM para a Prefeitura parece encontrar defesa apenas no Instituto e no próprio governo municipal. Com duas decisões judiciais desfavoráveis, uma delas de segunda instância, a medida não encontra defensores na Câmara. A bancada aliada silencia quando se fala no assunto. Nem uma palavra, uma justificativa. O alerta foi feito pelo vereador Beto Cangussú (PT) para uma situação que a maioria já tinha notado. “Queria manifestar minha estranheza, porque sinto falta de algumas coisas. Com a interferência do Ministério Público, sinto falta de conhecer o procedimento para um ato desta natureza. Será que o Jurídico da Prefeitura não está alertando ou não foi ouvido?”, questionou o petista. Ele disse ainda estranhar a falta de defesa dos vereadores de situação. “Não vi nenhum vereador da base falar para dar explicações. Não escutei ninguém que possa defender a legalidade. Será uma confissão de que o ato é ilegal?”, despachou outra pergunta provocadora. Em seguida, provocou o Sindicato dos Servidores Municipais, que não teria se manifestado sobre o fato de a Prefeitura estar retirando dinheiro que pertence aos servidores e que estaria reservado para pagamentos futuros. “Estou sentindo a ausência de alguns atores nesta discussão”, afirmou. O vereador André Luiz da Silva (PCdoB), diretor do sindicato e integrante da base aliada, foi então à tribuna defender a entidade de classe, afirmando que “o sindicato tem acompanhado de perto e já entrou com várias ações contra a Prefeitura, sempre com vitória”, disse. E também defendeu que se a Prefeitura tem direito ao valor recebido a mais pelo IPM, os servidores também têm, porque o recolhimento é das duas partes. Foi uma explicação. Já defesa do ato e explicações de aliados do governo, Beto Cangussú (e quem mais estava na sessão) ficou sem obter.É DO PVO vereador Marcos Papa continua no PV. Apesar de a direção municipal tê-lo expulsado e o presidente estadual do partido, Marcos Mroz, ter assegurado autonomia dos diretores pevistas da cidade para o ato, o recurso dele ainda não foi julgado pela direção estadual do partido. O vereador disse ter recebido telefonema do advogado do PV neste sentido, de informar que sua filiação à sigla partidária permanece até que o julgamento ocorra.CEE DO DAERPO vereador Walter Gomes (PR), presidente da Comissão Especial de Estudos (CEE) para “analisar o funcionamento e averiguar as irregularidades no tocante aos serviços prestados e administrados pelo Daerp” instala tarde desta quarta-feira (21) a Comissão. Para esta primeira reunião, Walter diz ter convidado quatro servidores da autarquia, mas não sabe se todos comparecerão. “Se pelo menos um deles vier, tomaremos o depoimento”, disse.CPI DO TRANSPORTEJá a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte Coletivo, para investigar possível quebra do contrato de concessão assinado no ano passado, será instalada nesta quinta-feira (22), quando também devem ser eleitos o presidente e o relator. A Presidência seve ficar com o autor do requerimento, Ricardo Silva (PDT). Já a relatoria deve ser disputada pelos vereadores Marcos Papa (PV), da oposição, e Genivaldo Gomes (PSD), da situação.REFORMA POLÍTICAO deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP) participa de debate na Câmara Municipal no próximo sábado (24), a partir das 9h30 da manhã, sobre a reforma política em tramitação no Congresso Nacional. O encontro, que está sendo organizado pelo diretório municipal do PT e pelos vereadores Beto Cangussú e Jorge Parada, deve contar com a participação de lideranças regionais do partido.QUAL LIMINAR?A prefeita Dárcy Vera (PSD) entrou com ação direta de inconstitucionalidade (Adin), no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) para “derrubar” uma lei proposta pelo vereador Walter Gomes (PR) que proíbe a distribuição de “santinhos” de candidatos nas proximidades das sessões eleitorais 48 horas antes das eleições. A ação pede a concessão de liminar, mas na negativa o relator Ferreira Rodrigues foi bem direto e objetivo. “Não há, ao menos no momento, urgência a justificar a concessão de medida liminar para suspender os efeitos da lei atacada”. Faz sentido. A próxima eleição está a mais de 13 meses de distância.

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