Violência persiste com mais dois casos de feminicídios

Campinas viveu um fim de semana marcado pela violência, com dois casos de feminicídio perpetrados pelos próprios parceiros. Os trágicos eventos ocorreram em um intervalo de menos de dez horas, elevando para quatro o número de feminicídios na cidade e para oito na Região Metropolitana de Campinas (RMC) em 2024. Em um dos casos, o ciúme foi apontado como motivação, levando o agressor a fugir, mas foi posteriormente detido pela Polícia Militar (PM). No outro, testemunhas afirmam que o agressor não aceitava o término do relacionamento e, após assassinar a namorada, tirou a própria vida. Destaca-se a diferença significativa de idade entre o casal, com ele aos 55 anos e ela aos 18.

O primeiro caso ocorreu na madrugada de domingo (14), no Jardim das Bandeiras. O motorista Jairo Ferreira dos Santos Júnior, 39 anos, fugiu após espancar e estrangular Tatiane Aparecida Mendes Dias, 35 anos, alegadamente motivado por ciúmes. Após o crime, Jairo trancou o imóvel onde viviam, confessou o homicídio aos vizinhos e buscou refúgio em Carapicuíba, a 87 km de distância. Lá, relatou o ocorrido a um tio, que acionou as autoridades.

O casal, unido há 17 anos e com duas filhas de 13 e seis anos, nunca havia sido relacionado a incidentes de violência doméstica, segundo familiares. No entanto, na noite do sábado, Tatiane estava sozinha em casa, enquanto as filhas passavam o fim de semana na residência de parentes. Relatos sugerem que, na madrugada, ela foi até um bar em busca do marido para obter a chave da casa.

O motorista supostamente consumia bebidas alcoólicas e permaneceu no bar enquanto sua companheira retornava para casa. Cerca de 5h30, residentes locais foram despertados pelo condutor, solicitando uma carona e alegando ter assassinado a mulher. Prontamente, acionaram a Polícia Militar (PM), que se dirigiu ao domicílio. Após arrombamento, as autoridades conseguiram adentrar e encontraram Tatiane sem vida. Seu corpo foi sepultado na manhã de segunda-feira (15), no Cemitério da Saudade.

NAMORO

No outro trágico desfecho ocorrido na cidade, o vigilante Marco Antônio de Souza, de 55 anos, ceifou a vida de sua companheira, Ariane Aparecida de Oliveira, de apenas 18 anos, com pelo menos três disparos de arma de fogo. O fatídico evento teve lugar na residência da jovem, situada no Jardim do Trevo, por volta das 14h50.

Segundo relatos de conhecidos, a jovem mantinha um relacionamento com o vigilante desde os 13 anos de idade. Recentemente, haviam decidido se separar. Ariane compartilhava moradia com um grupo de amigos em uma casa alugada na Rua São Luis do Paraitinga.

O agressor, aparentemente fora de controle, adentrou a propriedade após pular o muro e invadir a residência onde se encontravam Ariane e um amigo próximo. Armado com uma faca, o vigilante tentou atacar a vítima, mas foi prontamente contido por seu amigo, que o derrubou. Possuindo porte de arma, Marco Antônio utilizou-a para efetuar os disparos fatais contra a jovem, que veio a óbito no local. Posteriormente, o agressor virou a arma contra si mesmo, tirando a própria vida.

Apesar de ser socorrido e encaminhado ao Hospital Municipal Dr. Mário Gatti, Marco Antônio não resistiu aos ferimentos e também veio a falecer.

Na última semana, relatos dos vizinhos afirmam que ele chegou a invadir a residência da jovem, sendo posteriormente expulso por uma amiga dela. O incidente resultou em uma briga, durante a qual o indivíduo alegadamente demandava a devolução de uma geladeira que havia presenteado à vítima. Um morador local, que optou por não se identificar, compartilhou: "Ele costumava estar sempre presente e oferecia tudo para ela, mas parece que a situação mudou quando ela começou a namorar outra pessoa e ele não aceitou o término do relacionamento".

Ambos os casos foram oficialmente registrados como feminicídio no plantão da 2ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM).

O mais recente episódio de feminicídio na região ocorreu em 6 de abril, no Jardim Conceição, situado no distrito de Nova Veneza, em Sumaré. Gislaine Aparecida de Almeida, de 45 anos, foi brutalmente assassinada com pelo menos dez facadas, alegadamente desferidas por seu parceiro, o mecânico hidráulico Ademir Gomes dos Santos, de 49 anos, que não aceitava o término do relacionamento. Após o crime, o agressor dirigiu-se a um bar, onde comprou cigarros, antes de seguir para um mercado. Posteriormente, foi detido pela Polícia Militar. A vítima deixou para trás quatro filhos, sendo a caçula uma menina de 8 anos, os quais não estavam presentes no momento do ocorrido.

Um dos casos que despertou grande comoção ocorreu em Americana, justamente no Dia Internacional da Mulher. Guilherme Mascarenhas Caldeira, de 28 anos, autor do crime, desferiu golpes fatais de faca contra sua própria mãe, Marlene Mascarenhas Rodrigues, de 50 anos. O trágico episódio aconteceu na residência da vítima, situada no Residencial Jaguari, em plena luz do dia. Importante ressaltar que a vítima possuía uma medida protetiva contra o agressor, que utilizou um facão durante o ato criminoso. O autor foi detido pelas forças policiais.

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