EM SUMARÉ

Vereador que confessou assassinato é afastado

Sirineu de Araújo atropelou e matou um ex-presidiário

Do Correio Popular
08/09/2023 às 08:31.
Atualizado em 08/09/2023 às 08:31
Sirineu de Araújo atropelou e matou um ex-presidiário (Câmara Municipal de Sumaré)

Sirineu de Araújo atropelou e matou um ex-presidiário (Câmara Municipal de Sumaré)

O vereador Sirineu de Araújo (PL), que confessou ter matado Rafael Emídio da Silva, um ex-presidiário, no dia 19 do mês passado, alegando legítima defesa, foi unanimemente afastado de suas funções por um período de 60 dias pelos parlamentares. A licença não remunerada foi solicitada por ele no último dia 29 e votada durante uma sessão ordinária da câmara, realizada terça-feira (5) à noite. Com o afastamento de Araújo, seu suplente assumirá a vaga. Além disso, na mesma sessão, um pedido de cassação do mandato protocolado pelo cidadão Irildo de Campos foi submetido a votação, mas foi rejeitado.

O vereador Araújo não compareceu à sessão, e, de fato, não tem participado das atividades legislativas desde o crime. Na primeira sessão do Legislativo após o trágico evento, ele esteve ausente e, na sessão subsequente, apresentou um atestado médico. No requerimento de licença, o vereador justificou a necessidade de cuidar de "questões pessoais". Durante seu afastamento, ele não receberá remuneração. A reportagem tentou contatar a assessoria do vereador, mas foi informada de que não haveria comentários sobre o caso. 

No dia 25 do mês passado, um outdoor do parlamentar amanheceu vandalizado com a palavra "assassino", nas proximidades da Rodoviária de Sumaré.

Araújo está sob investigação da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Americana. Ele se entregou voluntariamente às autoridades após a divulgação de vídeos nas redes sociais que mostraram o vereador atirando na vítima e atropelando o ex-presidiário após o incidente.

O crime ocorreu na região do Maria Antônia, em Sumaré. Durante seu tempo na DIG, o vereador esteve acompanhado por três advogados e colaborou com os policiais nas investigações. Ele alega ter agido em legítima defesa, alegando ter sido ameaçado.

A reportagem apurou que Araújo, como proprietário de uma padaria, supostamente era obrigado a pagar uma mensalidade a uma organização criminosa para garantir a segurança de seu estabelecimento, o que o incomodava profundamente. Nos últimos tempos, ele alega ter recebido ameaças, inclusive aquelas direcionadas à sua família. Acredita-se que, pouco antes do crime, o vereador tenha registrado dois boletins de ocorrência a respeito dessas ameaças, embora tenha feito isso de forma anônima, sem identificarse nominalmente no documento. Ele também teria solicitado proteção da Guarda Municipal (GM), mas seu pedido não teria sido atendido.

No boletim de ocorrência relativo ao assassinato, consta que a vítima possuía antecedentes criminais e que um celular dela foi apreendido no local do crime. Informações apuradas indicam que Silva havia sido recentemente liberado do presídio e, inclusive, tinha histórico de condenação por homicídio. 

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por