EM HORTOLÂNDIA E CAMPINAS

Três são presos por golpes do ‘falso sequestro’ na internet

Em um dos casos, os criminosos extorquiram R$ 1.650; no outro, um hotel teve prejuízo de R$ 10 mil

Alenita Ramirez/ [email protected]
06/01/2023 às 09:09.
Atualizado em 06/01/2023 às 09:09
A motocicleta e os dois suspeitos apreendidos pelo envolvimento no golpe do “falso sequestro” aplicado contra idosa em Hortolândia (Divulgação)

A motocicleta e os dois suspeitos apreendidos pelo envolvimento no golpe do “falso sequestro” aplicado contra idosa em Hortolândia (Divulgação)

Três homens foram presos na noite de quarta-feira (4) por envolvimento em golpes. Dois deles, pelo conhecido como “falso sequestro” e outro, por golpe na internet. Os casos aconteceram em Hortolândia e Campinas, respectivamente. No primeiro, os criminosos conseguiram extorquir R$ 1.650,00 de uma idosa de 67 anos, moradora na Vila Real. Dois bandidos foram presos em flagrante quando buscavam mais dinheiro. 

No segundo caso, um dos bandidos foi detido quando desfrutava do cartão de crédito de uma vítima em um hotel de Campinas. De acordo com dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e das polícias, o número de golpes aumenta no período de férias e os da internet são os mais aplicados. 

Em Hortolândia, os criminosos começaram com o golpe por volta das 21h30 da noite da terça-feira, logo depois que uma das filhas da idosa havia saído da casa da mãe. 

Os bandidos ligaram no telefone fixo da idosa e simularam que estavam com a filha dela. Eles ordenaram que ela não contasse a ninguém e exigiram dinheiro, joias e ouro. Como a filha tinha acabado de sair de casa, a vítima acreditou e passou a seguir as ordens dos bandidos. 

Durante a suposta negociação para libertar a refém, que durou três horas, a a idosa acabou entregando os R$ 1.650,00 a um homem que foi até a sua casa de carro para buscar o dinheiro. Ela foi orientada ao telefone a não olhar para o homem nem para o veículo em que ele estava. Eles avisaram que ainda voltariam ligar na manhã seguinte para continuar com as negociações. 

Como a idosa tem dificuldade de se locomover, eles disseram que mandariam um táxi na casa dela para levá-la ao banco para buscar o dinheiro. 

Por volta das 6h de quarta-feira, os criminosos voltaram a entrar em contato com a idosa e a mantiveram no telefone. Um taxista foi à casa dela e a levou até a agência bancária, onde a idosa é correntista. Entretanto, antes da aposentada sair, ela deixou um bilhete com os dizeres “sequestro” e “estou em apuros” no local secreto dela com as filhas. 

“Minha irmã (a que viu a mãe na noite anterior) foi visitar minha mãe e não a encontrou. Uma vizinha disse que ela havia entrado no táxi. Então, minha irmã teve a ideia de procurar no local secreto, onde ela deixa a chave, e achou o bilhete. Fui para a delegacia e minha irmã saiu procurando, mas ela teve a ideia de ir no banco da minha mãe”, contou uma das filhas da aposentada, cujo nome foi preservado. 

A idosa estava dentro da agência com o taxista, que havia seguido as orientações de um “contratante”. A moça avisou a polícia, que foi no local e deteve o taxista, impedindo que a idosa sacasse o dinheiro. O taxista alegou que apenas tinha sido contratado e não sabia que se tratava de uma extorsão. 

Os policiais orientaram o taxista a continuar o contato com os criminosos, explicando a eles que não havia sido possível fazer a transferência e que eles fossem buscar o dinheiro na casa da idosa, porque ele precisava fazer "uma corrida até São Paulo".

Como uma das filhas já havia avisado a Polícia Civil, os agentes foram à residência da idosa com viaturas descaracterizadas e montaram campana. Dois homens, em uma moto Fan, foram ao endereço e acabaram detidos. Segundo a Polícia Civil, a dupla não tinha passagem anterior, sendo indiciada por extorsão. A moto, que estava com eles, foi apreendida.

Internet

No caso de Campinas, uma equipe da Polícia Militar (PM) prendeu um homem por estelionato praticado pela internet contra um hotel onde ele estava hospedado. Com ele, foram apreendidos cartões bancários de outras pessoas, além de chaves de hotel. O suspeito e o comparsa furtam dados de outras pessoas por meio de sites falsos pela internet e usam senhas e número de cartões para realizar compras e se hospedar em hotéis.

Ainda, segundo a polícia, os criminosos criam sites falsos de lojas conhecidas, como Magazine Luiza e Casas Bahia, para pegar os dados. Acreditando que estão em sites oficiais, as vítimas preenchem cadastrados e fornecem senhas e dados de cartões aos bandidos. 

Segundo a PM, o estelionato ocorreu em, ao menos, dois hotéis de Campinas, um deles no bairro Cambuí e outro na Avenida Aquidabã. Neste último, os criminosos passaram a virada do ano e os gastos atingiram R$ 10 mil.

O golpe foi desmascarado a partir da contestação de compra de uma das vítimas à administradora do cartão, o que gerou um alerta da operadora ao hotel. A PM foi acionada e prendeu um dos suspeitos em flagrante. O outro conseguiu fugir.

Além do uso dos dados por meio de sites falsos, os criminosos tinham cartões físicos de vítimas furtadas ou roubadas. O caso foi registrado como estelionato. "Desta vez, ele (golpista) resolveu estender sua estada no hotel e foi isso deu tempo da despesa ser contestada, o que foi comunicado à polícia", disse o subtenente Walter. O homem foi levado para o 1° Distrito Policial (DP) de Campinas. A dupla ficou hospedada quatro dias no hotel e eles são de Jaguariúna.

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