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Suspeito de estupro é preso por invasão de domicílio

Três mulheres buscam justiça há anos por conta de relacionamento abusivo com o mesmo homem

Alenita Ramirez/ [email protected]
29/04/2023 às 13:24.
Atualizado em 04/05/2023 às 13:28
Suspeito de estupro é preso por invasão de domicílio (Divulgação)

Suspeito de estupro é preso por invasão de domicílio (Divulgação)

Três mulheres buscam justiça. Elas se conheceram durante a peregrinação por delegacias e grupos de ajuda em Campinas. As vítimas se envolveram, em épocas distintas, com o mesmo homem “sociopata”, predador de mulheres, segundo definição delas. Ele foi preso no final de março por ameaças contra uma delas, mas as vítimas temem que o suspeito seja posto em liberdade e volte a causar traumas e abuso psicológico.

De acordo com duas das vítimas, o desempregado Rafael Coladetti Teixeira Vargas, de 33 anos, ex-gerente de loja, tem como modus operandi se aproximar dos alvos descobrindo pontos fracos até que as dopa e depois estupra para que as vítimas engravidem. Elas não sabem qual é a real intenção dele, mas após a primeira relação sexual ele muda de comportamento, tornando-se abusivo e ciumento, passando a perseguir, ameaçar e agredir as mulheres com quem até então tinha relação carinhosa. Em todos os relacionamentos ele realizou ameaça de suicídio. Sendo uma das ameaças de assassinato e suicidio, na ocasião ele dirigiu na contramão da Rodovia Governador Adhemar de Barros, a SP-340, em alta velocidade anunciando que causaria uma acidente que mataria aos três, na época, ela estava grávida de oito meses.

“Ele é possessivo, agressivo. Tem comportamento complicado. Ele me torturou tanto que teve uma época que quis comprar uma arma para matá-lo, mas um amigo me aconselhou e me direcionou para o grupo da GAMA (Grupo Amigo da Mulher) que pertence a Guarda Municipal”, contou uma das vítima de 33 anos que preferiu não ser identificada e teve uma filha com o acusado. “Eu nunca quis engravidar. Quando tive minha filha, soube que ele estava namorando uma moça e descobri que ele fazia o mesmo com ela. Conheci a mãe dela e auxiliei em afastar a filha dela do relacionamento com ele. A moça ficou em um estado grave de saúde”, acrescentou.

Esta vítima registrou pelo menos 13 boletins de ocorrências contra Vargas e segundo ela, os processos foram arquivados por falta de provas. “A polícia não está preparada para receber denúncias como as nossas. Fui estuprada. Eu não queria ter relação com ele, mas ele me forçava”, disse a vítima que conseguiu se afastar dele depois que registrou a filha. Ela conheceu o desempregado na infância, mas o reencontrou em 2020, pouco antes da pandemia.

Outra das vítimas, de 39 anos, conheceu Vargas em um aplicativo de relacionamentos em fevereiro deste ano. No primeiro encontro deles, em um barzinho próximo da casa dela, ele pediu uma bebida enquanto ela estava no banheiro e ao ingerir o liquido foi dopada. “Acordei na casa dele. Entrei em choque. Não era o que eu queria. Era apenas um encontro, mas sem sexo. Estava perto de minha ovulação. Perguntei se ele tinha usado camisinha e ele falou de forma irônica que havia gozado três vezes dentro de mim. Tive infeção. Tomei pílula do dia seguinte e, mesmo assim, fiquei grávida. Ele passou a me perseguir, ameaçar e tentou me atropelar na rodovia. Foi no meu trabalho, invadiu meu condomínio. Não me deixava em paz” relatou.

O suspeito foi preso após tentar invadir o prédio dela com uma faca. Foi preso por ameaça e porte de drogas e sua prisão foi mantida devido aos boletins de ocorrências registrados pelas outras vítimas. Segundo as duas mulheres, ele é usuário de drogas e toma remédio controlado. A descoberta dos usos só aconteceu após elas se relacionarem com ele. O Ministério Público (MP) confirmou que existem dois processos em andamento contra Vargas e que eles correm em segredo de Justiça.

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