ANTES ‘ILHAS DE TRANQUILIDADE’

Sousas e Joaquim Egídio sentem reflexos da alta na criminalidade

Casos pontuais e violentos têm chamado a atenção e preocupado as comunidades desses distritos

Alenita Ramirez/ [email protected]
20/10/2022 às 09:11.
Atualizado em 20/10/2022 às 09:11
Via do distrito de Sousas: aumentou a sensação de insegurança e de que a criminalidade avançou na região (Rodrigo Zanotto)

Via do distrito de Sousas: aumentou a sensação de insegurança e de que a criminalidade avançou na região (Rodrigo Zanotto)

Conhecidos como distritos tranquilos, Sousas e Joaquim Egídio estão sentindo os reflexos do aumento da criminalidade que vem assustando os moradores de outros distritos mais populosos de Campinas, como Ouro Verde e Campo Grande. Embora as estatísticas não demonstrem uma explosão considerável, os casos pontuais têm chamado a atenção e preocupado as comunidades desses locais. 

Os crimes pontuais registrados nos últimos dias nos distritos, aliados à replicação da violência que ocorre em todo o município no pós-pandemia, faz com que a população local tenha a sensação de insegurança e que a criminalidade aumentou naquela região. 

Os delitos que efetivamente registraram aumento, de acordo com o balanço da Secretaria de Segurança Pública (SSP), nos oito meses deste ano em comparação ao ano passado, são os furtos diversos (quando o crime é cometido sem o emprego de arma e sem a presença da vítima). Eles cresceram 53,42% – passando de 89 casos em 2021 para 141 em 2022 - e o triplo de roubos de carros, de 2 para 6. Vale destacar que, antes da pandemia, os números desses mesmos crimes oscilavam dentro de uma média próxima ao registrado neste ano. 

“Sousas é uma região tranquila quando comparada a outros locais, mas alguns crimes que aconteceram nos últimos dias nos deixaram em alerta”, comentou uma frentista, que não quis ser identificada. 

Entre os crimes violentos registrados recentemente no distrito de Joaquim Egídio está o de um casal de idosos, de 72 e 65 anos, moradores de um residencial. As vítimas estavam em casa, dormindo, quando foram atacadas por ao menos cinco bandidos. O idoso estava acamado e foi cruelmente espancado pelos bandidos.

A idosa dormia no segundo andar da casa e chegou a perder os sentidos durante as agressões. Os assaltantes fugiram com joias, documentos e peças. A Polícia Civil investiga outras linhas de crime, já que os bandidos chegaram agredindo o casal, sem anunciar roubo ou exigir objetos de valor.

Os idosos foram socorridos, medicados e liberados. Na quarta-feira (19), as vítimas estiveram no 12º Distrito Policial (DP) para prestar depoimento. 

Roubo de Hilux

Apesar de não ser uma modalidade específica dos distritos, neste mês, em um período de quatro dias, foram registrados três roubos de caminhonetes Hilux. O último ocorreu na sexta-feira passada, em um posto de combustível na região central de Sousas. A vítima voltava para casa quando decidiu fazer umas compras na loja de conveniência. Quando voltava para o veículo foi atacada por um bandido armado. A ação foi registrada por câmeras de segurança do posto e divulgadas nas redes sociais. “Esse tipo de roubo (de caminhonetes em local movimentado) até então não acontecia com frequência e como já são três em um curto espaço de tempo, assusta”, disse uma moradora que soube da ação pelas redes sociais. 

Em outra ação, um empresário teve a sua caminhonete, do mesmo modelo, roubada por um ladrão quando deixava o trabalho, em Sousas. O criminoso também estava armado.

“Os índices de crimes em Sousas e Joaquim Egídio são baixos e todos que são registrados são investigados. O trabalho de repreensão é feito pela Polícia Militar e a Guarda Municipal. Neste ano, desbaratamos a quadrilha do PIX, uma das maiores, que agia na Rodovia D Pedro. Eram 20 integrantes, que, juntos, foram condenados a 110 anos de prisão”, lembrou o delegado José Roberto Rocha.

Em nota, o 8º Batalhão de Polícia Militar do Interior (BPMI) informou que realiza policiamento preventivo ininterruptamente nos distritos "com o objetivo e a missão de proteger as pessoas, combater o crime, preservar a ordem pública e aplicar a lei", utilizando motos, viaturas , base comunitária móvel, força tática e apoio do 1º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep). 

De acordo com o Batalhão, de janeiro até agosto deste ano foram feitas 9.163 abordagens a pessoas, 76 prisões em flagrantes de suspeitos, apreensão de 15 armas de fogo e a captura de 21 infratores da lei.

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