NO RIO MOGI-GUAÇU

Sonar da USP é usado nas buscas pelo jovem que sumiu nas águas

Equipamento, com imagens 3D e de alta definição, é um recurso a mais para o Corpo de Bombeiros

Alenita Ramirez/ [email protected]
11/01/2023 às 10:05.
Atualizado em 11/01/2023 às 10:05
Equipamento fica acoplado no bote usado pelos bombeiros e tem capacidade de captar sons do fundo do rio (Divulgação)

Equipamento fica acoplado no bote usado pelos bombeiros e tem capacidade de captar sons do fundo do rio (Divulgação)

Um sonar grande, com imagens 3D e de alta definição, é mais um recurso que o Corpo de Bombeiros passou a dispor durante as buscas para localizar Guilherme Henrique de Jesus, de 21 anos, que desapareceu dentro do carro que dirigia ao cair no Rio Mogi Guaçu, no último dia 2 deste mês. O equipamento foi cedido pelo Instituto de Oceanografia da Universidade de São Paulo (USP) na segunda-feira (9) e foi usado nas buscas dos dois últimos dias. 

Um professor e pesquisador do Instituto auxilia na manipulação do equipamento, que fica acoplado no bote e tem capacidade de captar sons do fundo do rio. Caso nada fosse localizado na terça-feira (10) com o aparelho, a equipe iria se reunir no final do dia para definir se continuaria ou não com as buscas, uma vez que a correnteza do rio está forte e coloca em risco a segurança dos mergulhadores. 

“Já usamos outros três tipos de sonar e realizamos inúmeros mergulhos, mas sem sucesso. Estamos esgotando todos os meios previsíveis. Nesse trecho do rio, há muitos poços e pedras, o que dificulta que os mergulhadores se mantenham embaixo da água por muito tempo, devido à forte correnteza que pode arrastá-los. Existe um protocolo para buscas que prevê, em média, um período de quatro a cinco dias para resgatar vítimas. Este caso já se prolongou e precisamos analisar se é factível continuamos ou não”, explicou o capitão do Corpo de Bombeiros de Mogi Guaçu, Leonardo Henrique Simões Matos.

O equipamento é usado para mapear o leito do rio e permite identificar a presença do veículo. Os bombeiros acreditam que o corpo do jovem esteja dentro do carro, preso pelo cinto de segurança. 

O nível normal do rio, no trecho em que o carro foi tragado, é de 2 metros, mas, com as chuvas dos últimos dias, ele vem oscilando entre cinco e seis metros. A velocidade da correnteza da água também varia em alguns trechos entre 50 a 70 km/h. 

As buscas compreenderam até agora um trecho de 30 quilômetros a partir do ponto em que o carro caiu até o distrito de Martinho Prado. Na maior parte das ações, foram utilizados sonares pequenos particulares cedidos por moradores daquela região. A esperança é a de que o sonar da USP encontrasse algum rastro ou sinal que levasse à localização de Jesus. 

No primeiro dia com o equipamento, no período da tarde, foram percorridos 12 quilômetros, a partir do ponto do acidente. Terça-feira, as buscas começaram por volta das 7h, no percurso contrário, começando bem abaixo do ponto de terça-feira. “Vamos repetir as buscas com o sonar grande por um trecho de 12 quilômetros. Acreditamos que o carro tenha caído em um buraco grande ou, então, embaixo de uma pedra. Apesar de a correnteza estar forte, tudo indica que o veículo esteja preso por perto, pois há muitos galhos, pedras e buracos”, disse o capitão.

Experiente, Matos explica que em alguns casos, o corpo não é localizado e a legislação estabelece que as buscas sejam encerradas, registrando-se como morte presumida. Por outro lado, ele lembrou que houve situações em que o corpo foi achado depois de vários dias e a 30 ou 40 quilômetros do ponto de partida. 

No último domingo, um sitiante de Leme encontrou no ribeirão que passa dentro da sua propriedade o corpo de um homem em estado avançado de putrefação. Pelo fato de o Rio Mogi Guaçu passar por Conchal, Leme e seguir até Pirassununga, chegou-se a cogitar a possibilidade de ser o jovem. Porém, a Polícia Técnico-Científica descartou, porque Jesus teria tatuagens e o corpo não tinha. 

O acidente

O acidente aconteceu na manhã do dia 2, na altura do km 169 da Rodovia Governador Doutor Adhemar Pereira de Barros - a Campinas/Mogi Mirim. De acordo com a Polícia Militar Rodoviária (PMR), Guilherme Henrique de Jesus dirigia um Gol quando perdeu a direção, depois de bater em uma placa de sinalização, entrou no canteiro central e, na sequência, caiu no rio. 

Segundo parentes, o jovem havia passado as festas de final de ano em Poços de Caldas (MG) e retornava para Campinas quando desapareceu. Até o fechamento desta reportagem, o Corpo de Bombeiros ainda realizava buscas.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por