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Rapaz que estrangulou homem até a morte é preso pelo Deic

Em um dia produtivo, os policiais ainda capturaram bandidos envolvidos em tentativa de latrocínio

Alenita Ramirez/ alenita.ramirez@rac.com.br
11/03/2023 às 11:03.
Atualizado em 11/03/2023 às 13:21

Em um dia agitado, policiais de Campinas prenderam quatro pessoas envolvidas em dois crimes distintos (Alessandro Torres)

Duas operações distintas realizadas pela Divisão Especializada de Investigações Criminais  (Deic), na manhã desta sexta-feira (10) culminaram na prisão de quatro pessoas, sendo duas delas relacionadas ao crime cruel contra o bacharel em direito Cristiano Viana, de 45 anos, que foi esganado em seu escritório nos fundos do Bosque no dia 24 de fevereiro. As outras duas prisões estão envolvidas na tentativa de latrocínio contra um engenheiro mecânico, no último dia 8. As ações foram realizadas por policiais civis das delegacias de Investigações Sobre Entorpecentes (2ª Dise), de Investigações Gerais (1ª DIG) e de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), com apoio do Grupo de Operações Especializadas (GOE). 

No caso do homicídio contra o bacharel em direito, agentes da DHPP prenderam em endereços distintos no Parque Valença, região do distrito Campo Grande, dois homens, um de 45 anos e outro de 24 anos, apontados como autores do assassinato de Viana. Os suspeitos foram identificados com base em imagens de câmeras de segurança da rua e do escritório. Na casa do homem mais velho, os policiais localizaram uma pistola .45 e porções de maconha. Ele tem passagem criminal por roubo e homicídio. A arma apreendida não foi usada no crime contra Viana, pois a vítima foi esganada.

Durante o assassinato, os criminosos chegaram a fazer um disparo acidental que atingiu o chão, mas a polícia vai apurar se o tiro saiu da pistola apreendida. 

O rapaz de 24 anos é apontado como o criminoso que esganou Viana e ele não tinha passagem criminal. Os dois suspeitos são conhecidos de redes sociais. No dia do crime, eles usaram uma moto CG160 Fan, que está em nome de familiares.

De acordo com o delegado titular da DHPP, Rui Pegolo, outras duas pessoas são investigadas no crime, uma delas seria a mandante. No dia do crime, amigos e o sócio da vítima relataram que o crime era passional e tinha como motivação a traição. A vítima seria casada e estaria se relacionando com uma mulher também casada, cujo marido descobriu o caso extraconjugal. 

Um dos suspeitos presos, chegou a ligar para o suposto mandante do crime, no dia, avisado da execução e questionando sobre o pagamento. Segundo Pegolo, não há uma linha de investigação, mas os suspeitos tiveram prisão temporária de 30 dias decretada. Eles não quiseram falar com os policiais. As investigações seguem para identificar as outras duas pessoas envolvidas. O homem mais velho também responderá pelos crimes de porte de drogas e de arma.   

Os dois foram presos com base em mandados de busca, apreensão e prisão autorizados pela Justiça em dois endereços. Um dos locais era o antigo endereço do suspeito mais velho e no local os policiais encontraram dois homens e uma grande quantidade de drogas. A dupla não tem relação com o assassinato, mas foi presa por tráfico. 

Tentativa latrocínio

Também na manhã de sexta-feira, uma ação conjunta de policiais da 2ª Dise e da 1ª DIG identificou e prendeu dois homens – de 23 e 20 anos - envolvidos em uma quadrilha suspeita de cometer roubos em residência e condomínio em Campinas e também em aplicar golpes de compra de celulares de última geração pela internet. 

O último crime praticado por eles foi na noite da última quarta-feira, quando um engenheiro mecânico de 41 anos foi baleado no pescoço, ao fazer a entrega de um smartphone 14 para um suposto comprador, em frente a um condomínio localizado no bairro São Pedro. O crime foi praticado por dois bandidos em uma moto. O garupa estava armado e foi ele quem pegou o aparelho e atirou na vítima. “A quadrilha é composta por quatro pessoas, que cometiam roubo a condomínios, mas agora eles migraram para crimes na internet”, contou o delegado assistente da DIG, Elton Costa.    

Os suspeitos foram detidos em uma casa na Vila Carminha. No imóvel foi localizado um revólver calibre 32, com numeração raspada. Segundo Costa, durante a prisão, os suspeitos resistiram e tentaram fugir, inclusive agrediram os policiais. “Tínhamos identificados os suspeitos e íamos pedir mandados de busca e prisão para a Justiça, mas tivemos que antecipar a ação, pois na noite de ontem (anteontem) eles enviaram mensagens de ameaça de morte para a vítima”, contou o delegado.

A munição ficou alojada no pescoço da vítima e no mesmo dia ela recebeu alta hospitalar. Nas mensagens de ameaças, os criminosos enviaram foto da arma e disseram que se envolvesse a polícia no caso, seria morto.

O suspeito mais velho é apontado como o líder do bando e é ele quem faz a negociação da compra e marca local para entrega com a vítima. Já o mais novo, de 20 anos, é considerado o mais agressivo e é ele o responsável por pesquisar nas redes sociais lojas virtuais de venda de celulares. A reportagem apurou que ele recebeu R$ 300 pela captura da “loja” de engenheiro. O atirador, ou seja, o bandido que estava como garupa na ação e abordou o engenheiro no carro é um adolescente de 17 anos, que ainda não foi localizado.  

De acordo com Costa, os criminosos têm como modus operandi marcar encontro para entrega na região do Swift, perto de condomínios. No caso do engenheiro mecânico, a entrega foi marcada em um condomínio que fica a cerca de 500 metros da comunidade onde moram os integrantes da quadrilha. 

O celular roubado pelos criminosos era um smartphone comum geração 14 avaliado em R$ 8 mil e foi vendido pelos bandidos por R$ 4 mil. Na negociação com o engenheiro, o líder da quadrilha mostrou interesse em comprar um modelo Pro Max 14 avaliado em cerca de R$ 16 mil, mas como a vítima não tinha na loja ele acabou “fechando” negócio com o aparelho comum e mais barato. 

A dupla foi presa em flagrante por coação no curso do processo, porte de arma e resistência, além de ser indiciada por roubo. O menor e o piloto da moto já foram identificados. Segundo o delegado, apesar de a Polícia Militar (PM) ter apreendido uma moto modelo Kawasaki no dia do crime, em uma viela da mesma comunidade onde moram os criminosos, os suspeitos alegaram que o veículo não é o mesmo usado na ação.  

Delegado aposentado

Além de ser o bandido que abordou e atirou contra o engenheiro mecânico de 41 anos, o adolescente de 17 anos participou do roubo a casa de um delegado aposentado e advogado atuante, no último dia 19 de fevereiro, no Jardim Nova Campinas. Ele era investigado por policiais da 2ª Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise), que foram acionados pela vítima desde o dia do roubo. 

Na ação contra o delegado aposentado, o adolescente foi um dos criminosos que renderam a vítima e a levaram para o interior da casa. Na época, o delegado que é idoso e a mulher, foram rendidos quando voltavam da missa. Eles foram colocados dentro da casa e o delegado foi obrigado a andar com dois dos criminosos no interior da casa, na busca por objetos de valor. A ação foi frustrada porque a vítima conseguiu escapar e pedir ajuda. Com isso, os ladrões fugiram com uma caneta montblanc, chaveiro e cartões bancários. Ao menos quatro bandidos participaram desta ação.  

O crime contra o delegado começou a ser desvendado quatro dias após a ação, quando investigadores da Dise detiveram na Vila Carminha, um rapaz de 24 anos, que estava com o carro usado no crime. O veículo foi identificado após um dos criminosos usá-lo para ir a uma adega, no Jardim Centenário, para comprar uísques usando o cartão do aposentado. O local tinha câmeras de segurança e filmaram as placas do veículo. 

O rapaz negou envolvimento no roubo e apontou o pai dele, como a pessoa que usou o carro no dia do assalto. Dentro do veículo foram encontrados a caneta o chaveiro da vítima e na casa que o pai do rapaz mora, que fica na parte da frente do terreno, uma garrafa de uísque comprada na adega e um revólver calibre 22. O pai foi indiciado pelo roubo. 

O adolescente foi reconhecido pela vítima, através de fotos e também pelo engenheiro.

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