Rádio comunicador integrado é nova ferramenta contra o crime

Mais uma ferramenta para combate ao crime na Região Metropolitana de Campinas (RMC) está sendo programada para ser implantada a partir da primeira quinzena de janeiro pela Guarda Municipal (GM). Trata-se do rádio comunicador integrado, um aparelho semelhante ao que os guardas usam na farda, mas que permanecerá na Central de Atendimento de cada base para ser usado apenas pelo operador para enviar e receber mensagens de crimes de emergência, como fuga de criminosos com veículos. 

O aparelho será disponibilizado para cada município, sem custo algum, por uma empresa, por um período de um ano. Depois disso, as cidades que quiserem seguir com o serviço pagarão R$ 250 por mês. A iniciativa do projeto-piloto é do secretário de Segurança Pública e Cidadania de Valinhos, Osmir Aparecido Cruz.

“Hoje, as cidades têm integração por software e câmeras de segurança, o que contribui para o combate ao crime e na elucidação dos casos. Contudo, esse novo sistema vai permitir que as cidades se comuniquem em tempo real. Até então, as bases se comunicam por meio de mensagens pelo WhatsApp, por telefone fixo ou por grupos. Apesar de o sistema usado ser uma tecnologia avançada, sempre há uma ou outra base na qual o operador não vê imediatamente a informação. Com o rádio comunicador será diferente. A base que estiver atendendo um caso de emergência usará o rádio para transmitir as informações da ocorrência, como dados de placas, modelo de carro e descrição dos criminosos. Assim, as bases regionais vão recebê-las simultaneamente e o operador as retransmitirá às equipes”, explicou Cruz.

A iniciativa da integração, segundo o secretário, surgiu a partir de sua própria vivência na corporação. Ele explicou que está na área há 24 anos e conhece bem as dificuldades de se integrar a comunicação entre os municípios. “Os limites entre os nossos municípios são muito próximos. Não é como outras cidades, como no Estado do Paraná, que ficam a quilômetros de distância uma da outra. Mesmo aqui em São Paulo, em regiões mais distantes. Na nossa região, os crimes transpassam as cidades. Eles começam em Valinhos, por exemplo, e logo os criminosos estão em Campinas, Vinhedo ou outra cidade. Com o uso do rádio, será mais rápido para localizar o criminoso que acabou de praticar um crime”, justificou. “É muito importante a rápida comunicação da segurança pública, tanto para o profissional quanto para a população”, enfatizou.

A proposta do projeto-piloto é a de integrar, inicialmente, as 20 cidades que compõem a Região Metropolitana de Campinas (RMC). Depois, a intenção é a de estender, no decorrer do ano, para outros 14 municípios que fazem parte de um sistema de integração de segurança, entre os quais Cajamar, Osasco e Itú.

A base de integração ficará em Valinhos e os rádios que permitem comunicação em tempo real serão distribuídos para as demais cidades. Os equipamentos serão cedidos pela empresa Radioforce Tecnologia e Telecom Eireli. A proposta é a de que esse sistema inicie a partir do dia 12 de janeiro. Entretanto, isso ainda será discutido entre os representantes da corporação de cada cidade na próxima semana, logo depois da virada do ano novo.

“Qualquer projeto de integração na área de Segurança Pública é bem-vindo. Claro que ele deve ser muito bem estudado e planejado, porém, nesse caso específico, ele é positivo e há muito tempo vem se tentando concretizá-lo. É preciso propiciar uma comunicação rápida e funcional e esse projeto traz isso. Os outros meios trazem integração? É claro que sim, mas eles não são tão rápidos e funcionais quanto uma integração via rádio, quando o contato é instantâneo com a localidade que você precisa estabelecer contato direto. Por isso, defendo e acredito no projeto, desde que ele seja bem planejado e executado, trazendo bons resultados para a área da segurança pública da RMC”, afirmou o comandante das guardas metropolitanas e presidente do Conselho Nacional das Guardas Municipais, Carlos Alexandre Braga.