NO DISTRITO DO OURO VERDE

Radares são vandalizados mais uma vez na Av. Camucin em Campinas

Os dois equipamentos, sustentados por postes de metal, foram derrubados e, um deles, incendiado

Alenita Ramirez/ [email protected]
24/08/2022 às 09:28.
Atualizado em 24/08/2022 às 09:28
Na via, ficaram os pedaços que restaram dos equipamentos depois de destruídos e retirados pela empresa que ganhou a licitação para a instalação (Dominique Torquato)

Na via, ficaram os pedaços que restaram dos equipamentos depois de destruídos e retirados pela empresa que ganhou a licitação para a instalação (Dominique Torquato)

Uma semana depois, os dois radares recém-recolocados na Avenida Camucim, no Residencial Ademar de Barros, no distrito do Ouro Verde, em Campinas, voltaram a ser alvos de uma supostamente ação organizada. Desta vez, os equipamentos foram derrubados e depois incendiados. 

A reportagem apurou que o ato vai além do vandalismo e da demonstração de rejeição por parte dos moradores à instalação do equipamento na via, é uma afronta à sociedade. 

Segundo avaliação de policiais, a ação foi premeditada e demonstra que o objetivo e o de inviabilizar a identificação de veículos usados em crimes. Segundo a Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), o “vandalismo” ocorreu à 1h29 e o caso foi registrado na Polícia Civil.

A Avenida Camucim é uma das vias listadas pela Prefeitura como uma das que registra maior número de acidentes e vai receber os equipamentos, de acordo com o novo edital de monitoramento e fiscalização eletrônica. 

Os dois equipamentos, sustentados por postes de metal, foram derrubados e, um deles, chegou a ser incendiado. O caso foi no entroncamento com a Avenida Pedro Degrecci Júnior. “Acredito que se a Emdec colocar de novo o radar, o pessoal vai derrubar novamente. Quem dirige em alta velocidade não quer esses radares aqui. O ideal seriam lombadas para evitar acidentes, pois, assim, ninguém retiraria da pista. E as lombadas devem ser colocadas não apenas na via principal, mas também nas marginais”, comentou a assistente social Daiane Silva, de 26 anos. 

Em dólar

Os radares pertencem à companhia licitada no processo e o valor do prejuízo não foi divulgado. Mas, segundo site da Associação Brasileira das Empresas de Engenharia de Trânsito (Abramcet) - que reúne as empresas do setor -, um radar sofisticado custa entre US$ 30 mil e US$ 45 mil - de R$ 72 mil a R$ 108 mil. A Emdec não soube informar a previsão para a reposição. 

“A ocorrência foi no mesmo local da registrada na semana passada, no dia 17 de agosto. A Polícia Militar (PM) foi acionada e realizou rondas pela região”, informou a Emdec por meio de nota.

De acordo com a empresa, os radares estavam desativados. Serão 144 novos radares de fiscalização eletrônica no trânsito da cidade, que já começaram a ser posicionados nas ruas e avenidas, porém, ainda não há uma previsão para o início da operação. 

Substituição

Sobre a substituição dos equipamentos por lombadas, a Emdec informou que os equipamentos de fiscalização eletrônica são uma importante ferramenta para a segurança viária e que Campinas foi o primeiro município do Brasil a adotá-la, em agosto de 1994. “Uma solução seguida por praticamente todas as médias e grandes cidades do país, com reflexos diretos na prevenção de acidentes de trânsito”, frisou a autarquia. 

“As vias possuem velocidade máxima regulamentada, justamente para que também haja segurança viária. De forma geral, a velocidade máxima prevista para uma via, ou cada trecho de via, é determinada por estudos técnicos, além de estar em consonância com as definições estabelecidas no Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Características físicas da via, circulação de veículos, circulação de pedestres, presença de pontos de interesse (escolas, creches, hospitais, postos de saúde, bancos, comércios, etc.) e acidentalidade, entre outros fatores, são determinantes nas definições. A velocidade máxima é regulamentada de maneira que haja fluidez viária, mas com segurança nos deslocamentos”, mencionou a nota. 

Ainda conforme a Emdec, a implantação dos equipamentos tem por base a análise das características físicas da via, como a presença de curvas; declives e aclives; desníveis entre pistas; largura das vias; presença de cruzamentos e movimentos de conversão; tipo de pavimento, entre outros. “E ainda, são considerados os artigos 60 e 61 do CTB, que definem, respectivamente, os tipos de vias e as velocidades padrões para elas”, destacou.

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