Policiais da DIG apreendem 613 quilos de fios de cobre

Uma minuciosa e rotineira operação realizada por policiais da 1ª Delegacia de Investigações Gerais (DIG) em empresas de reciclagem de sucata em Campinas, com o objetivo de combater os crimes de receptação, furto e roubo de fios elétricos, de telefonia e materiais ferrosos, resultou na apreensão de 613 kg de fios de cobre e alumínio, bem como na prisão de um indivíduo. Além disso, dentre o material apreendido, foram encontrados 200 quilos de placas de veículos descartadas. A operação ocorreu na quarta-feira (27) e foi divulgada durante uma coletiva de imprensa realizada na manhã de quinta-feira (28). Todo o material ilegal foi localizado em uma loja de reciclagem situada na Rua Manoel Fernandes Dias, no bairro Campos Elíseos.

A fiscalização foi conduzida em colaboração com representantes da CPFL e da empresa Vivo, que confirmaram a propriedade do material apreendido e a venda ilegal do mesmo, indicando que se tratava de produtos oriundos de crimes anteriores, como furtos. Um funcionário presente no local foi detido em flagrante por receptação qualificada. O delegado encarregado da ação, Luiz Fernando Dias de Oliveira, afirmou: "As investigações agora continuarão com o intuito de identificar os responsáveis pela venda, bem como pelos proprietários do estabelecimento, que é de grande porte."

De acordo com o delegado, também será verificado junto à prefeitura se a empresa possuía alvará de funcionamento, visto que no início deste ano, o município estabeleceu uma multa de mil Unidades Fiscais de Campinas (UFICs) - cada unidade equivalendo a R$ 4,4803 - para qualquer estabelecimento flagrado comercializando fios de cobre sem notas fiscais.
No final de agosto, a delegacia especializada realizou a segunda fase da Operação "Fio da Meada" com o propósito de combater os crimes na cidade, devido ao aumento de furtos nos últimos meses. Na ocasião, pelo menos 136 quilos de fios elétricos foram apreendidos.

Entre as ocorrências registradas na cidade de furto de fios elétricos, há registros em locais públicos, como o túnel Joá Penteado, o Hospital Municipal Dr. Mário Gatti e os almoxarifados da Sanasa e da Prefeitura, além de casos envolvendo empresas privadas, como a CPFL e empresas de telefonia.

Em agosto, os moradores da Vila Nogueira, na região do Taquaral, também enfrentaram uma série de furtos de fiação. Em um desses casos, as câmeras de segurança de uma residência no bairro capturaram um indivíduo surgindo da copa de uma árvore e cortando a fiação. Ele conseguiu realizar o furto e fugir com a ajuda de um cúmplice.

Conforme destacado pelo delegado, nos últimos dois meses, a empresa de energia elétrica registrou uma série de boletins de ocorrência relacionados a furtos. "Infelizmente, essa prática é amplamente disseminada, uma vez que o valor do material ferroso aumentou significativamente nos últimos anos, contribuindo, infelizmente, para o aumento das estatísticas desse tipo de crime", afirmou Oliveira.

O delegado acrescentou que o combate aos estabelecimentos que comercializam esses produtos ilícitos é uma das estratégias da Polícia Civil para tentar reduzir a incidência desse tipo de crime. "Se há furto e roubo, é porque há compradores e revendedores", enfatizou.

PLACAS

No que diz respeito às placas de veículos, Oliveira informou que foi estabelecido contato com o Departamento de Trânsito Estadual (Detran-SP), que indicou que o descarte estava em desacordo com a regulamentação, uma vez que o material deve ser entregue ao órgão estadual para ser processado conforme a legislação vigente.

Em 6 de setembro deste ano, uma equipe da DIG, liderada pelo delegado Elton Costa, apreendeu várias placas de veículos falsificadas durante a Operação "Prensa", que visa a investigar um esquema fraudulento envolvendo empresas emplacadoras de veículos credenciadas pelo Detran. Algumas dessas empresas aproveitam sua autorização junto ao departamento para fabricar placas falsas, que são posteriormente utilizadas por criminosos em roubos de caminhões e carros, bem como em outros delitos.

De acordo com Oliveira, as placas apreendidas serão alvo de investigação contínua, que visa determinar as circunstâncias que levaram essas placas a estarem na empresa. "Vai ser um desdobramento porque nesse próprio inquérito policial da recepção a gente objetiva a identificação e oitiva do responsável pelo estabelecimento que acreditamos que seja a pessoa mais adequada para nos dizer a origem, de quem ele comprou, quem deixou lá, quem descartou aquele material no local", frisou.