Polícia testa protocolo contra roubo a joalheria em shopping de Campinas

Policiais militares do 1º Batalhão de Ações Especiais (Baep) e do 8º Batalhão de Policiamento Militar do Interior (BPM/I) realizaram na quarta-feira (31) de manhã um simulado de roubo a joalherias localizadas em shoppings. O treinamento ocorreu em um shopping da cidade e foi o primeiro desde a formalização de um protocolo no ano passado entre a corporação, os shoppings e as casas de valores de Campinas. Esse protocolo foi solicitado pela polícia no ano passado após o ataque de pelo menos nove criminosos contra duas joalherias, que causou pânico entre os clientes, em 25 de junho do ano passado. O acordo prevê a troca imediata de informações entre a polícia e os estabelecimentos. "Já realizamos testes pontuais anteriormente, mas nunca um simulado. Colocamos em prática o protocolo e o resultado foi positivo. É crucial que os treinamentos sejam frequentes, pois são de extrema importância", destacou o tenente-coronel André Luiz Pacheco Pereira, comandante do 1º Baep.

O simulado envolveu pelo menos 200 pessoas, incluindo policiais militares dos dois batalhões, bombeiros, funcionários do shopping e lojistas, e representou a invasão de uma quadrilha com dez criminosos armados, sendo que quatro deles entraram no shopping para atacar uma joalheria, enquanto os outros seis ficaram do lado de fora para dar cobertura.

A encenação teve início no estacionamento, quando um cliente testemunhou a ação dos criminosos e acionou o telefone 190 da Polícia Militar, conhecido como Central de Operações da Polícia Militar (Copom), para informar sobre o assalto. O tenente-coronel ressaltou que o foco principal desse exercício simulado era a comunicação e acrescentou: "O objetivo do simulado era testar a eficiência da interação entre a equipe do shopping e a polícia. Em um evento anterior, houve um período de cinco minutos em que o 190 recebeu 150 chamadas com informações diversas, como brigas generalizadas, disparos e um indivíduo armado, mas nenhuma delas mencionava o assalto em andamento. A segurança do shopping acionou o Copom, mas não relatou o que estava acontecendo. É fundamental comunicar o que se está presenciando para que a polícia possa direcionar adequadamente as viaturas. Quem está na central não sabe se a ligação é um trote. O protocolo foi desenvolvido para garantir o acesso à informação", explicou o comandante.

O treinamento teve a duração de uma hora e ocorreu quando o shopping estava fechado para o público. Durante a encenação, clientes e funcionários foram representados, assim como reféns. Enquanto policiais do 8º BPM/I realizavam atividades do lado externo do shopping, fazendo uma varredura no estacionamento em busca dos criminosos, agentes do 1º Baep atuaram no interior do estabelecimento, protegendo clientes e funcionários e negociando com os assaltantes.

Na simulação, os agentes utilizaram quatro escudos balísticos móveis, feitos de aço, capazes de suportar tiros de fuzis calibres 556 e 762, bem como de carabinas. Esses escudos foram recebidos pelo Baep no final do ano passado. O equipamento pesa aproximadamente 80 quilos e é movido por um carrinho de três rodas, o qual pode ser deslocado em áreas planas e irregulares, além de cantos de parede. "Os shoppings são compostos principalmente por drywall e vidro, por isso utilizamos os escudos para nos aproximarmos dos problemas no interior. Além disso, os shoppings possuem corredores e cantos, e esses escudos podem ser facilmente movimentados", explicou o tenente-coronel André Luiz. "A Polícia Militar está preparada para lidar com qualquer situação, mas esses treinamentos são importantes para identificar os problemas existentes e aprimorar nossas soluções", destacou.

ASSALTO

O assalto às joalherias de um shopping da cidade ocorreu no início da noite de sábado, no dia 25 de junho de 2022. Naquele momento, centenas de pessoas estavam na praça de alimentação, próxima às lojas que foram alvo dos criminosos. Durante a ação, ocorreu uma troca de tiros entre os seguranças do shopping e os assaltantes, resultando em dois seguranças feridos. O ocorrido causou pânico e correria entre os presentes. Os criminosos conseguiram fugir, porém um deles acabou falecendo ao buscar atendimento em um hospital de Atibaia. Além disso, três suspeitos foram presos em flagrante. A investigação desse crime ficou a cargo da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), que conseguiu identificar e denunciar nove membros da quadrilha responsável.