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Polícia segue pista de Kadett para prender ‘clínicos gerais’

Trio de assaltantes cometia todo tipo de crime, desde tráfico de drogas até furto de catalisadores

Alenita Ramirez/ [email protected]
24/03/2023 às 09:11.
Atualizado em 24/03/2023 às 09:11
Bandidos utilizavam um Kadett 95 para furtar de tudo, a exemplo desses pares de sapatos de alto valor (Divulgação)

Bandidos utilizavam um Kadett 95 para furtar de tudo, a exemplo desses pares de sapatos de alto valor (Divulgação)

Policiais civis da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), de Americana, prenderam em flagrante três pessoas - um casal e um amigo - durante a "Operação Kadett", deflagrada na quarta-feira (22) para coibir furtos mediante arrombamentos a estabelecimentos comerciais da cidade. Na casa dos suspeitos, além de objetos das vítimas, os agentes também localizaram drogas, contabilidade do tráfico e apetrechos usados na refinaria de entorpecentes. A polícia chegou ao trio após monitorar um Chevrolet Kadett, modelo 1995, usado pelos criminosos nas ações. O casal é morador no Parque Rosa e Silva, em Sumaré. Os agentes descobriram também, que os suspeitos são responsáveis pelo furto de catalisadores. Diversos materiais foram apreendidos e levados para a sede da especializada e depois devolvidos às vítimas.

De acordo com o policial civil, Tiago Reis, os crimes começaram há cerca de 40 dias com o furto de ao menos 40 pares de sapatos de alto valor de uma loja, em Americana. Os criminosos tinham como modus operandi o arrombamento das portas e, na sequência, faziam a limpa. Além da loja de sapatos finos, os bandidos ainda furtaram fios de cobre de uma empresa terceirizada da Prefeitura. 

Em todas as ações, que foram registradas por câmeras de vigilância, os criminosos usavam um Kadett velho para chegar no endereço alvo. "O veículo tinha pintura queimada, teto solar, aerofólio e outros detalhes. Pedimos apoio da Guarda Municipal que tem um sistema avançado de monitoramento de trânsito e conseguimos o emplacamento do carro e onde ele passava a noite", contou Reis. 

Os policiais civis fizeram campanas e descobriram que o carro pernoitava em endereços diferentes, um deles em uma garagem no Parque Universitário e outro, em Sumaré. Em algumas vezes, o veículo era deixado na rua e também em endereços de parentes do casal. No endereço do casal, os policiais descobriram a existência de um Monza modelo 1988, que até então não foi visto em ações criminosas. "Com certeza deixavam o carro em locais distantes da casa deles para não dar pistas para a polícia. E usavam carros antigos nos furtos porque eles sabem que podem perder o veículo nas empreitadas e assim não perdiam muito", observou Reis, frisando que os veículos estão em nome de terceiros. 

De acordo com o investigador, o delegado Lúcio Antônio Petrocelli pediu à Justiça mandado de busca e apreensão para os endereços do casal e do comparsa e na quarta-feira (22) a equipe cumpriu as ordens. "Quando chegamos na casa do casal, a mulher tentou nos impedir de entrar de imediato, mas vimos pelo vidro da porta, o marido dela fugindo pelos fundos", relatou o investigador. 

O suspeito, um ajudante geral de 25 anos, tentou fugir pulando o telhado de cerca de 20 casas e acabou se escondendo em um deles. Mas como ele usou um papelão para tapar o alçapão do imóvel, isso chamou a atenção de Reis, que subiu no local e localizou o suspeito entre a lage e o telhado. "Levamos 40 minutos para localizá-lo. Na fuga, ele quebrou vários telhados", disse o policial civil. 

A Polícia Militar (PM) e a Guarda Municipal (GM) de Sumaré foram no apoio, mas o homem já estava detido. 
Em buscas na residência do casal, os policiais encontraram aparelhos celulares, drogas fracionadas, anotações típicas do tráfico, balança de precisão, milhares de flaconetes para acondicionamento de drogas, diversos pares de sapatos femininos, ferramentas, catalisadores automotivos e hastes de aterramento feitas em cobre, avaliados em aproximadamente R$ 100 mil.

"Além do tráfico de drogas e receptação, o casal também responderá por submeter criança a vexame e constrangimento, pois manuseavam entorpecentes e os vendia na frente de três crianças, com idades entre 3 e 6 anos, que devem ser de familiares", disse Reis. "Eles são bandidos 'clínicos gerais', pois através dos catalisadores descobrimos que também furtaram esses equipamentos", acrescentou. 

Comparsa

Os policiais também estiveram na casa de um motorista de 43 anos apontado como o que descobrira os locais alvo e passava o endereço para os comparsas. O suspeito mora em imóvel no Parque Universitário, em Americana. Na casa dele, foram localizados hastes de aterramento, que foram furtados de uma empresa de engenharia prestadora de serviço à Prefeitura de Americana, no último dia 16 e drogas. 

Segundo Reis, o trio tem passagem criminal e foi levado para a sede da DIG onde ficou à disposição da Justiça. Um dos catalisadores, os agentes descobriu ser do carro de uma mulher, que teve o equipamento furtado quando estava estacionado na rua. Segundo Reis, a maior parte dos aparelhos é de veículo da Hyundai Motor. 

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