‘OPERAÇÃO DECAP’

Polícia prende suspeito durante ‘caça’ a assaltantes de joalherias

Grupo formado por 12 criminosos é apontado como autor de recente roubo em um shopping de Campinas

Alenita Ramirez/ [email protected]
12/08/2022 às 09:37.
Atualizado em 12/08/2022 às 09:37
O suspeito de 20 anos, preso ontem, tinha a função de dar cobertura aos comparsas durante os assaltos; a quadrilha agia há pelo menos dois anos e para arquitetar a ação, os bandidos visitavam os locais antes de agi (Gustavo Tilio)

O suspeito de 20 anos, preso ontem, tinha a função de dar cobertura aos comparsas durante os assaltos; a quadrilha agia há pelo menos dois anos e para arquitetar a ação, os bandidos visitavam os locais antes de agi (Gustavo Tilio)

Ao menos um suspeito foi preso e anotações e telefones apreendidos na quinta-feira (11) durante “Operação Decap”, deflagrada pela Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic), de Campinas, contra uma organização criminosa especializada em roubos a joalherias. O grupo, formado por, ao menos, 12 criminosos, é apontado como autor da invasão e assalto a duas lojas no Parque D.Pedro Shopping na noite do sábado, 25 de junho, e também dos assaltos a quatro centros comerciais, além de dois no interior paulista – Sorocaba e Ribeirão Preto. 

No total, foram expedidos 12 mandados de buscas e apreensões e quatro de prisão temporária, no bairro Americanópolis, na Zona Sul de São Paulo. Dois dos alvos são pai e filho, de 45 e 20 anos respectivamente, mas apenas o filho foi preso. O pai não foi encontrado em casa. Outros três são considerados foragidos. Dentre eles, um chegou a ser preso em flagrante após um roubo em um shopping de Taubaté no final de semana, mas acabou liberado na audiência de custódia. 

A identificação da quadrilha foi feita pela 1ª Delegacia de Investigações Gerais (DIG) e a operação aconteceu em conjunto com o Grupo de Operações Especiais (GOE). Os alvos são moradores do mesmo bairro e residentes em ruas próximas. “As investigações começaram logo depois do crime e já imaginávamos que os integrantes não eram de Campinas, porque alguns dos envolvidos presos em flagrante no dia do roubo, tinham endereço fora da cidade”, disse o delegado José Glauco Ferreira. 

O homem de 20 anos preso tinha a função de dar cobertura aos comparsas. No dia do roubo no Parque D. Pedro Shopping, ele estava no saguão. Segundo o delegado, nas investigações, foi apurado que os integrantes tinham divisão de tarefas. O pai do preso foi um dos que renderam funcionários e roubaram uma das lojas. O grupo, inclusive, conta com integrantes mulheres. “Durante as apurações, traçamos o perfil da quadrilha. São indivíduos que gostam de roubar somente joalheiras, de baixa escolaridade, que não têm profissão, que gostam de ostentar para a vizinhança e são ousados, pois assaltam em horário de alto movimento”, descreveu Ferreira. 

Nas investigações, os agentes identificaram quatro suspeitos envolvidos na invasão do Parque D. Pedro Shopping, em Campinas.

De acordo com os chefes de investigações da DIG e Deic, respectivamente, Marcelo Hayashi e Klaus Bigelli, o grupo agia há pelo menos dois anos. Para arquitetar a ação, eles visitavam os shoppings antes de agirem e filmavam os locais. “A especialidade deles eram as joalherias”, disse Hayashi. 

Os policiais acreditam que a organização criminosa também atacou os shoppings de Ribeirão Preto, no dia 27 de agosto de 2021, e de Sorocaba, no dia 13 de novembro, também do ano passado. E ainda, neste ano, o shopping em Guarulhos, dia 28 de junho, e um shopping na Vila Alpina, no dia 1º deste mês. 

Na última segunda-feira, policiais da Capital prenderam cinco suspeitos de um assalto realizado no domingo, dia 7, no Shopping em Taubaté. O grupo foi liberado na audiência de custódia. Um dos presos é um dos suspeitos identificados pela DIG de Campinas, que foi alvo do mandado de prisão.

O criminoso tem o hábito de usar nas ações um uniforme esportivo, mas, no caso de Campinas, ele vestia roupa social e assaltou sozinho uma das lojas alvos. “Com a identificação deles e a prisão de alguns, a polícia deu resposta à ação ousada. Não tivemos morte de inocentes. Toda a delegacia ficou empenhada no trabalho, que continua agora para converter as prisões em preventiva, além de chegar a mais integrantes e receptadores”, frisou o delegado da DIG. 

Investigação revela novos detalhes do roubo no Parque D. Pedro Shopping

A Polícia Civil revelou novos detalhes da ação dos criminosos que invadiram o Parque D. Pedro Shopping em junho e roubou duas joalheiras em pleno horário de janta e de grande movimento. Nas imagens cedidas pelo centro comercial e uma das lojas alvo, um dos criminosos, vestido com roupa social e uma mochila a tiracolo, entra sozinho em uma das lojas, passando-se por cliente e depois saca uma submetralhadora da bolsa e assalta o local. O estilo do cabelo e o modo de agir foram primordiais para colocar o suspeito em outras ações.

Os agentes ainda constataram que os criminosos costumam agir em horário comercial, usam mochilas nas costas para carregar as armas e também escondem o armamento na cintura, debaixo das vestes. 

A outra loja foi assaltada por três bandidos que renderam as funcionárias, entraram no cofre e roubaram as joias e relógios que encontraram. “Essas pessoas foram identificadas pela polícia e, posteriormente, reconhecidas por testemunhas”, destacaram os chefes de investigações Marcelo Hayashi e Klaus Bigelli. 

No dia do crime, três suspeitos foram presos em flagrante pela Polícia Militar e Guarda Municipal, em ações distintas. Um quarto homem morreu, depois de ser baleado durante o assalto. 

Um dos bandidos foi pego em Paulínia, ao render uma mulher no estacionamento do shopping e obrigá-la a levá-lo até a cidade vizinha, onde ele tentou pedir ajuda a criminosos para levá-lo a São Paulo. Ele foi preso depois que a mulher contou o ocorrido a um parente, que acionou a Guarda Municipal (GM) de Paulínia, que foi ao local indicado e encontrou o suspeito. 

Uma mulher e um homem foram presos na Santa Casa de Atibaia quando buscavam atendimento médico para o marido dela, que foi baleado na troca de tiros com a segurança do shopping. O homem acabou morrendo. 

Com o grupo, os policiais apreenderam celulares, carros e armas, que foram objetos de investigação. No assalto, dois seguranças foram baleados, mas receberam alta um dia depois.

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