Polícia prende suspeito de matar a esposa em Paulínia

O microempresário Fábio dos Santos Santhiago, suspeito de assassinar sua esposa Francine de Souza Santiago dentro de casa na manhã de terça-feira, em Paulínia, foi preso na madrugada de ontem no bairro Monte Alegre, mesma região onde abandonou o carro ao fugir após o crime. Fábio foi detido pela equipe do delegado Ricardo Zinn, com apoio da Polícia Militar (PM), após uma denúncia anônima. Segundo Zinn, o microempresário estava abalado e demonstrou arrependimento. Ele passaria por audiência de custódia ainda ontem. Na tarde de quarta-feira, a Justiça decretou sua prisão preventiva.

Fábio foi detido por volta das 6h, caminhando na Avenida Brasília, próximo ao Parque das Flores, após uma denúncia anônima recebida pela Delegacia por volta das 5h. De acordo com Zinn, o microempresário estava vestindo calça jeans, botas e jaqueta, e estava todo sujo de barro, com cheiro de mato. Na terça-feira, seis equipes da Guarda Municipal (GM) e alguns moradores realizaram buscas das 9h às 13h30 na mata onde o carro foi abandonado. Embora tenham encontrado pegadas, não localizaram Fábio. "Ele disse que ficou dois dias na mata e não reagiu à prisão. Pediu perdão o tempo todo e afirmou estar arrependido por destruir a família", relatou o delegado.

Após ser levado para a delegacia, Fábio foi conduzido à cadeia anexa ao 2º Distrito Policial (DP), no bairro São Bernardo, em Campinas, para a audiência de custódia. Parentes da vítima também estiveram na delegacia e, segundo Zinn, eles serão ouvidos posteriormente.

No dia do crime, a reportagem apurou que Francine nunca havia registrado boletins de ocorrência contra Fábio. Contudo, ontem o delegado informou que foram encontrados ao menos quatro registros por violência doméstica desde 2018. O casal vivia um relacionamento conturbado e, apesar das dificuldades, não se separavam. Eles estavam casados há 15 anos. Francine tinha uma filha de 18 anos de um relacionamento anterior e Fábio tinha um filho. Juntos, tinham uma filha de 14 anos.

O CRIME

Francine foi encontrada com o pescoço e os pés amarrados na casa do casal, no bairro Santa Cecília, em Paulínia. Fábio havia enviado uma mensagem pelo aplicativo à sua mãe, pedindo perdão a ela e às filhas. Parentes estranharam a mensagem e tentaram contato com o casal, sem sucesso. Uma sobrinha foi até a casa e encontrou o portão da frente trancado. Ela entrou pelos fundos por um portão sem cadeado, mas travado por uma placa de propaganda. No quintal, encontrou uma janela aberta e, ao entrar, viu o corpo de Francine no chão, próximo à cama do casal, desacordada, com uma camiseta amarrada ao pescoço e os pés atados com uma extensão elétrica.

A sobrinha acionou a Guarda Municipal (GM), que foi ao local. Segundo o relato da testemunha à polícia, o fogão estava com todas as bocas acesas, inclusive o forno, e uma panela estava queimando. A suspeita é de que a vítima foi asfixiada. 

O crime teria ocorrido por volta das 8h, após a saída dos filhos para a escola. Dois pintores que trabalhavam em uma obra próxima relataram aos guardas municipais que ouviram uma briga intensa entre o casal, incluindo pedidos de socorro de Francine. Com o subsequente silêncio na casa, os pintores continuaram trabalhando. A Guarda Municipal foi acionada no início da tarde e, através do sistema de monitoramento da cidade, localizou o carro em uma rua sem saída, no bairro Cascata.

De acordo com amigos, Fábio possuía uma empresa de envelopamento de carros e customização de eletrodomésticos, e Francine o ajudava.

Este é o primeiro feminicídio do ano em Paulínia e o 12º na Região Metropolitana de Campinas (RMC), representando um aumento de 33% em relação ao ano passado.

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